Além de ser ultrapassada pelo Grupo Daimler, a breve prazo há mais seis fabricantes que podem superar a Tesla na corrida pela liderança nos veículos elétricos.
Um estudo recentemente publicado vem confirmar aquilo que muitos já estão a antever há algum tempo, com dificuldades acrescidas para a Tesla manter a liderança nos veículos elétricos devido ao aumento de concorrência. Embora a marca de Elon Musk ainda seja considerada neste momento a primeira classificada, espera-se que em 2021 a situação seja bem mais desfavorável ao fabricante americano, ficando nessa altura o lugar cimeiro neste mercado para a Daimler (que se prepara para avançar brevemente com o primeiro EQ). Estes são os resultados de uma análise conduzida pela consultora PA Consulting, especializada em áreas como a tecnologia e inovação, e que se debruçou sobre seis temas essenciais para a produção destes automóveis de emissões 0: estratégia; tecnologias de baterias; cultura; rede de fornecedores; parcerias; e performance financeira.
Liderança nos veículos elétricos em 2019







Existe uma situação destacada pela empresa responsável pelo estudo que, efetivamente, vem de encontro a uma questão muitas vezes abordada em análises ao fabrico de elétricos. Trata-se da experiência. Com base em décadas (em alguns casos mais de um século…) a fabricar automóveis, poucos meses após lançarem as suas ofensivas de mobilidade elétrica, os grandes fabricantes vão ter totalmente adaptada a sua produção a larga escala. O que contrasta bem com as dificuldades que a Tesla tem vindo a sentir com a chegada do Model 3 (agora até produzido numa tenda…), de maior volume de vendas, cuja entrega aos clientes ainda está bastante atrasada.
Liderança nos veículos elétricos em 2021







É possível dividir a lista de temas analisados pela PA Consulting entre aqueles que são claramente negativos para a Tesla, na comparação com outros fabricantes, e outros onde essa diferença não será tão significativa. Nas áreas onde a Tesla provavelmente sentirá maior dificuldades para confrontar os grandes fabricantes estão as parcerias (já que tem operado sozinha na maior parte do tempo), a estratégia (pois não tem uma rede de concessionários para a venda em larga escala e não se prevê uma gama tão ampla como a de alguns adversários) e a performance financeira (onde os prejuízos têm sido um problema crónico). Também na cultura podem manter-se dúvidas sobre o foco na produção de alto volume por parte da empresa, em comparação com os rivais.
Já na área da rede de fornecedores, a situação será provavelmente igual para todas as marcas, pois podem recorrer aos mesmos fornecedores e dessa forma ter os mesmos componentes a preços similares. Onde a Tesla terá ainda uma grande vantagem é nas tecnologias de baterias, não propriamente pelos packs utilizados, mas pelos conhecimentos acumulados sobre a otimização do armazenamento e funcionamentos destes sistemas. Ou seja, verifica-se aqui o oposto em comparação aos métodos de produção, onde a situação da marca de Elon Musk é claramente de inferioridade para os adversários, algo que poderá verificar-se fulcral nesta luta pela liderança nos veículos elétricos.
Fonte: Bloomberg e Inside EVs