Até então, tal como em alguns países da Europa como o Reino Unido, a circulação automóvel era feita pelo lado esquerdo da estrada. Esta alteração marcou uma mudança significativa na modernização das infraestruturas e na adaptação às normas que começavam a uniformizar-se a nível internacional.
A 1 de junho de 1928, Portugal viveu uma importante mudança na organização da circulação rodoviária: passou-se a conduzir pela direita.
A decisão de mudar o sentido da circulação deveu-se, em grande parte, à crescente influência dos automóveis importados de países como os Estados Unidos e à necessidade de harmonização com os países vizinhos, nomeadamente a Espanha, onde já se circulava pela direita. Com o aumento do tráfego automóvel e o desenvolvimento das redes viárias, tornou-se essencial garantir uma maior segurança e fluidez no trânsito, evitando confusões nas zonas fronteiriças e promovendo a eficiência do transporte.
A mudança exigiu um esforço logístico considerável. Foram necessárias campanhas de sensibilização junto da população, – o jornal Diário de Notícias publicou um anúncio na primeira página, durante uma semana –,alterações à sinalização rodoviária, adaptações dos veículos e formação dos condutores. O dia 1 de junho de 1928 ficou assim na história como uma data emblemática de transição, que exigiu coordenação entre as autoridades, os condutores e a sociedade em geral.
Este marco histórico reflete não só uma adaptação técnica, mas também a abertura de Portugal às tendências internacionais de mobilidade e segurança rodoviária, iniciando um novo capítulo na história dos transportes no país.