Fiat Grande Panda Híbrido - poupado e confortável

O Fiat Grande Panda passa a ter uma versão híbrida com 110 cv de potência cujo preço em Portugal começa em 18 600 €. Do primeiro contacto em estrada destacamos a suavidade e o consumo de 4,9 L/100 km.

Para a abordagem à era da mobilidade eletrificada a Stellantis privilegiou o desenvolvimento de plataformas multienergia, bases mecânicas que tanto podem receber motores a combustão, como 100% elétricos. O mesmo projeto consegue, assim, corresponder às necessidades de clientes tão diferentes, com grande economia de recursos.

No caso da Fiat, depois da apresentação da versão 100% elétrica do Grande Panda, cuja ambição está espelhada no facto de celebrar os 125 anos da marca italiana, chega agora uma proposta híbrida que tem por base um motor de três cilindros com 1,2 litros de cilindrada, associado a uma nova transmissão automática de dupla embraiagem que possui no interior um pequeno motor elétrico com 29 cv e 55 Nm de binário cuja função é favorecer o desempenho nos baixos regimes.

Elétrico no arranque

O arranque e as manobras de baixa velocidade (até 30 km/h) ficam exclusivamente cargo deste motor elétrico que recebe a energia de uma pequena bateria (0,9 kWh), pelo que a autonomia não vai além de 1 km. O carregamento é assegurado pela energia produzida durante as travagens e pelo motor de combustão que funciona segundo o ciclo Miller, com misturas (ar/gasolina) pobres, para beneficiar os consumos e as emissões. Daí que, para não penalizar a resposta e o prazer de utilização, seja utlizado um pequeno turbo.

Tudo certo na teoria mas, também, na prática, como testemunhámos num primeiro contacto ao volante. No trajeto em estrada não tardou a evidenciar-se a suavidade de funcionamento do conjunto propulsor mas, também, a boa resposta, mesmo nos regimes intermédios.

O escalonamento correto da caixa de seis velocidades e a disponibilidade de binário (205 Nm) conseguem, na verdade, disfarçar a potência algo limitada: 100 cv (os anunciados 110 cv resultam da combinação dos dois motores, o que raramente acontece porque a energia esgota-se logo no arranque). A velocidade máxima de 160 km/h e a aceleração de 0-100 km/h em 10 segundos estão em linha com a vocação “descontraída” do Grande Panda Híbrido

Nota, ainda, para o consumo, pois sem cuidados especiais o computador de bordo acusava um valor de 4,9 L/100 km, e para o conforto, com a suspensão a absorver bem as irregularidades do piso, sem ser demasiado branda.

Moderno

Com um desenho muito moderno, onde não faltam elementos evocativos do Panda original (1980), além de detalhes específicos, como as letras Panda gravadas nos painéis laterais ou a grelha frontal completamente fechada, com um painel em vinil com um design de vanguardista, o Grande Panda Híbrido conserva as dimensões da versão a bateria (3,99 metros de comprimento). A principal alteração é a altura ao solo superior em 2,2 centímetros, dada a inexistência do módulo da bateria, o que também explica o aumento (51 litros), da capacidade da bagageira para 412 litros.

O interior oferece espaço suficiente para quatro adultos (o lugar central, como sempre acontece, exige algum sacrifício), os bancos são cómodos e garantem bom apoio para o corpo, mesmo ao nível dos ombros, enquanto na traseira o espaço entre os assentos é bastante generoso. De recordar que o Grande Panda utiliza a mesma plataforma do Citroen C3 Aircross que tem uma versão com sete lugares, uma oferta que não está nos planos da Fiat que aposta na maior bagageira do segmento, sem sacrificar o espaço para os ocupantes.

Versões e equipamentos

O principal destaque no interior vai, porém, para a decoração muito alegre e cuidada que compensa a abundância de plásticos duros, inevitáveis num projeto que tem que “pensar” no preço. Além dos apontamentos coloridos referência para o formato oval do tablier (evoca a pista no topo da lendária fábrica de Lingotto) onde estão alojados os ecrãs digitais (apenas um na versão Pop): 10 polegadas, para as informações de condução, e 10,25 polegadas, para o display central que aloja o sistema de navegação e onde podemos espelhar via wireless as funcionalidades do nosso “smartphone”. Este mesmo ecrã pode, também, mostrar-nos as imagens do sistema de ajuda ao estacionamento.

O Grande Panda Híbrido está disponível nas versões Pop (a parir de 18 600 €) que no equipamento de série inclui ar condicionado de regulação manual, Icon (desde 20 100 €) que acrescenta o segundo ecrã para o sistema de infoentretenimento e pode ser personalizado com três packs distintos: Tech, com ar condicionado de regulação automática, sistema de navegação, camara de visão traseira; Style, com jantes de 16 polegadas, barras no tejadilho e placas de proteção e Winter, com aquecimento para o volante e bancos. O topo de gama La Prima (22 600 €), combina todos os itens referidos para os packs anteriores e acrescenta jantes de 17 polegadas e acabamentos interiores mais cuidados, onde se destaca a utilização no tablier de um material à base de fibra de bambu que introduz um elemento ainda mais ecológico.