Com o objetivo de suceder ao Fiat 500X, a marca italiana lançou o 600e, um SUV elétrico de segmento B, que oferece o tradicional charme italiano graças à imagem agradável com linhas arredondadas que evocam o 500 da década de ’50. A modernidade é assegurada por motor elétrico de 156 cv e uma bateria de 54 kWh, que anuncia uma autonomia superior a 400 km.
Os gémeos não idênticos nem sempre são parecidos exteriormente, mas por baixo da pele partilham os mesmos genes. De igual forma, o Fiat 600e parece ser único, mas, na verdade, é um dos três SUV elétricos de segmento B da Stellantis, partilhando a plataforma, a bateria e o motor elétrico com o Jeep Avenger Electric e o Peugeot E-2008.
À semelhança daqueles modelos pode percorrer mais de 400 quilómetros com um único carregamento e consegue recuperar entre 10% a 80% do nível de carga em menos de meia hora.
Ao contrário do Avenger e o E-2008, que se caraterizam por uma imagem contemporânea, o Fiat 600e foi ao histórico da marca recuperar os principais elementos de design, apresentando um visual de inspiração “vintage” que evoca o modelo da década de ’50 e tanto fez sucesso no “moderno” Fiat 500. Caso para dizer que não vale a pena mexer numa fórmula vencedora.
Com um comprimento exterior de 4,17 metros, o Fiat 600e é facilmente reconhecível pelas suas formas arredondadas. A secção frontal é nítida e assertiva, com um capot dominante e um nariz afilado. A curva profunda da traseira foi mantida.
O spoiler é preto para sublinhar as formas redondas da família 500 e exprimir o dinamismo. A assinatura cromada pode ser vista na frente e nas laterais, em conjunto com uma identidade de iluminação LED, que adotou a mesma evolução dos faróis do 500 com as suas formas circulares.
Versão de entrada “Red”
A versão de entrada da gama assenta no nível de equipamento Red que se caracteriza pela cor vermelha, tanto no exterior, desde a carroçaria até aos logotipos dianteira e traseiro, como no interior, designadamente o painel de bordo e o quadro de instrumentos digital de 7”, com as suas formas arredondadas, claramente inspiradas no Fiat 500.
O painel de instrumentos mostra a informação pretendida pelo condutor a cada momento e bastante legível, embora careça de maiores níveis de personalização.
A distância entre-eixos de 2,56 metros favorece a manobrabilidade, mas compromete a habitabilidade que é suficiente nos lugares dianteiros, mas limitada nos traseiros. O espaço para as pernas é o típico dos veículos de segmento B, mas a altura para a cabeça é surpreendentemente boa, o que se deve à carroçaria do tipo SUV. O problema reside na pouco folgada largura total e como consequência o assento do meio é de recurso e apertado.
A bagageira, por seu lado, oferece um volume útil de 360 litros que pode ser ampliado até aos 1231 litros com o rebatimento dos assentos traseiros numa configuração 60/40. Os ângulos rectos e as formas direitas garantem um bom aproveitamento deste espaço. Também não faltam ganchos para fixar os objetos em caso de necessidade. Contudo, o espaço da bagageira fica reduzido devido à necessidade de transporte dos cabos de carregamento.
Ambiente retro e moderno
Com exceção dos apoios de braços dianteiros, todos os plásticos são rijos, mas a montagem parece ser sólida. A tampa magnética, estilo tablet, do túnel central também apresenta a referência Red.
Por cima pode ser encontrada a linha de botões dos programas de condução: P, R, N, D/B. Os comandos da climatização, por sua vez, encontram-se na consola central são físicos e de lógica intuitiva.
Igualmente fácil de utilizar é o ecrã tátil central de 10,25”, que possui entradas USB-A e USB-C, bem como compatibilidade com smartphone.
A dotação de série compreende ar condicionado automático, travão de estacionamento elétrico, sensor de chuva e luminosidade, keyless go, entre outros.
Excelente eficiência
A posição de condução é relativamente elevada, como é habitual nos SUV, melhor para a frente do que para trás. Os sensores de estacionamento traseiros ajudam a mitigar a inclinação do óculo traseiro. O volante multifunções tem um bom tacto e um design de dois raios. Por outro lado, a direção direta e o equilíbrio do chassis convidam a uma condução como se tratasse de um tração dianteira com motor térmico.
A eficiência energética também é um dos seus argumentos, com o computador de bordo a registar uma média bastante interessante de 12,6 kW/100 km durante o ensaio. A autonomia em condições reais de utilização é superior a 300 quilómetros, mas claramente abaixo dos 400 quilómetros anunciados pela marca.
Contrariamente a muitos SUV elétricos, com várias opções de capacidade de bateria, níveis de potência e tipo de tração, a linha motriz do Fiat 600e não podia ser mais simples: bateria com capacidade total de 54 kWh e útil de 50,8 kWh, motor elétrico de 156 cv que transmite a potência às rodas dianteiras.
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Aquela configuração poderá não parecer muito entusiasmante à primeira vista e para acelerar dos 0 aos 100 km/h são necessários 9,0 segundos. A velocidade máxima limitada a 150 km/h está em linha com os principais concorrentes do segmento de utilitários elétricos.
Elevada agilidade
O comportamento dinâmico do Fiat 600e é bastante equilibrado, notando-se que foi claramente projetado para ambiente urbano, onde se movimenta com desenvoltura e agilidade, com bons arranques, mas, naturalmente as recuperações estão longe de impressionar.
A suspensão foi otimizada para o conforto, enquanto a manobrabilidade é surpreendente, graças a um raio de viragem das rodas de 10,5 metros.
O Fiat 600e oferece três modos de condução correspondentes a outros tantos patamares de potência – Eco (95 cv), Normal (109 cv) e Sport (156 cv), mas não se notam grandes diferenças, já que limitam a potência em função de uma maior eficiência. No modo mais desportivo, a resposta do acelerador é mais rápida, mas o consumo de energia mais elevado.
Para apoiar a condução, o Fiat 600e conta com vários sistemas de assistência como o regulador da velocidade de cruzeiro, a travagem autónoma de emergência com deteção de peões e ciclistas, reconhecimento de sinais de trânsito.
Veredicto
Com o Fiat 600e, a marca italiana recupera uma denominação histórica com uma plataforma que lhe assegura um futuro auspicioso, regressando ao segmento B com um produto apelativo. As suas dimensões compactas e a manobrabilidade estão perfeitamente adequadas para o meio urbano, enquanto o baixo consumo de energia garante baixos custos de utilização.
A autonomia real superior a 300 quilómetros é mais do que suficiente para uma utilização quotidiana de uma família, designadamente nas deslocações pendulares. Outro argumento é a garantia da bateria de oito anos ou 160 mil quilómetros.
Se para um cliente empresarial, que beneficia de incentivos fiscais à aquisição ou ao aluguer operacional, o Fiat 600e é uma aposta bastante competitiva, graças à dedução do IVA e não só, para um cliente particular, que não direito a esses apoios, o preço de venda ao público a partir de 35 325 euros parece excessivo para uma viatura de segmento B, mesmo que elétrica.
Fiat 600e Red
Preço 36 350 €
Motor Elétrico (1)
Potência 115 kW (156 CV)
Binário 260 NM
Transmissão Auto, 1 vel
Tração Dianteira
Comp./Larg./Alt. 4,17/1,/1,78/1,52 M
Dist. entre eixos 2,56 M
Peso 1595 kg
Bagageira 360 – 1231 l
Acel 0-100 km/h 9,0 s
Vel Max 150 km/h
Consumo WLTP 15,91 (12,6*)kWl/100 km
Emissões 0 g/km
Capacidade bateria 54 kWh
Autonomia elétrica 409 km (305 km*)
Tempo de carga 5h45m (11 KW) 27m até 80% (85 kW CC)
IUC 0,00€
* Medições Turbo
GOSTÁMOS
– Imagem apelativa
– Equipamento
– Agilidade
NÃO GOSTÁMOS
– Habitabilidade traseira
– Alguns materiais interior
– Preço