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Fabricantes premium estão a ganhar a corrida aos generalistas

Texto: Nuno Fatela
Data: 27 de Dezembro, 2016

Nas vendas de sedans e carrinhas do segmento D na Europa os fabricantes premium superam já os generalistas, uma situação que resulta da conjugação de vários factores.

 

Uma das novidades dos dados de mercado europeu em novembro apresentados pela Jato Dynamics foi a indicação de que os clientes de sedans e station wagons do segmento D estão a preferir as denominadas marcas premium em detrimento das propostas “generalistas”. Em conjunto, no último mês as vendas dos emblemas de topo nestes modelos de dimensão média cresceram 8% para 652000 unidades, enquanto os que são habitualmente os fabricantes de maior volume melhoraram a sua performance apenas 1% para um total de 582000 automóveis transacionados. Uma situação pouco usual, mas que resulta de um conjunto de fatores diversos, e que todos conjugados tornaram possível este domínio dos premium.

 

O primeiro fator, e sem dúvida um dos mais importantes, prende-se com o caráter aspiracional que estas marcas têm, com um dos elementos que seduz os clientes a prender-se com a possibilidade de ver na dianteira do seu carro símbolos como os das germânicas Mercedes, Audi e BMW ou de outros players que reforçaram a sua presença junto do público, como a Jaguar, a Alfa Romeo ou a Volvo. Além da maior possibilidade de escolha entre marcas, existe também maior variedade de opção nas carroçarias, com os emblemas de topo a juntarem às carrinhas e berlinas mais tradicionais outras variantes como as versões de estilo coupé ou outras preparadas para utilização mais intensiva fora de estrada. Outra questão importante tem a ver com a fuga dos clientes generalistas para os SUVS, que ajuda também a explicar o menor ritmo de aumenta de vendas de sedans e carrinhas do segmento D dos fabricantes de maior volume.

 

Se o primeiro fator referido foi o caráter aspiracional, o último conjuga-se na perfeição com ele e ajuda a perceber porque se tornou possível “passar da aspiração à concretização”. Trata-se da introdução de versões de entrada mais acessíveis de modelos de topo, algo que deriva de fatores como a redução de custos de produção pela introdução de plataformas modulares e também do aumento de vendas e fabrico em maior escala. Devido a todos estes fatores, Felipe Munoz, um dos analistas da Jato Dynamics, conclui mesmo que “cada vez existem menos razões para adquirir uma berlina ou carrinha generalistas”. Ajudando a suportar esta avaliação, a Jato Dynamics apresentou os registos de vendas do segmento D em novembro a nível europeu, em que seis dos modelos que integram o Top-Ten pertencem aos fabricantes generalistas.

 

  1. Volkswagen Passat – 189091 (-8%)
  2. Mercedes Classe C – 162546 (+1%)
  3. Audi A4 – 152029 (+30%)
  4. BMW Série 3 – 132495 (+1%)
  5. Skoda Superb (79533 (+79%)
  6. Opel Insignia – 68495 (-17% [surgiu entretanto a nova geração, que entra em comercialização no próximo ano])
  7. Ford Mondeo – 66979 (-9%)
  8. BMW Série 4 – 63686 (-6%)
  9. Volvo S60/V60 – 47427 (-1%)
  10. Audi A5 – 40913 (-3%)

Fonte: Automotive News Europe