Fábrica da BYD na Hungria na mira da Comissão Europeia

Pretendida por vários países europeus, a fábrica de automóveis que a chinesa BYD pretende instalar, ao que tudo indica, na Hungria, está a ser alvo de uma investigação da União Europeia, por suspeitas de apoios estatais chineses indevidos.

A notícia está a ser avançada pelo Financial Times, com base em informações obtidas junto de fontes familiarizadas com o tema, acrescentando que a investigação da Comissão Europeia está ainda numa fase preliminar.

No entanto e caso as suspeitas da Comissão se venham a confirmar, a BYD poderá ser obrigada a vender alguns activos, reduzir a capacidade e reembolsar o apoio recebido da parte do estado chinês. Além de ter de pagar uma multa, por incumprimento.

Contacto pelo Financial Times, o ministro húngaro para a Europa, Janos Boka, garantiu não ter conhecimento de qualquer investigação da Comissão Europeia ao caso, embora assuma que “não é surpreendente”, já que “é do conhecimento geral que, qualquer investimento feito na Hungria, aparece no radar da Comissão muito rapidamente e a Comissão segue com atenção redobrada todas as decisões de auxílio estatal que ocorrem na Hungria”.

Recorde-se que Viktor Orbán, o atual primeiro-ministro nacionalista da Hungria, tem sido uma das principais vozes de oposição à União Europeia, especialmente no que diz respeito aos apoios dos 27 à Ucrânia, na sequência da invasão e guerra movida ao país pela Rússia, e que teve início em fevereiro de 2022.

A BYD anunciou a decisão de construir a sua primeira fábrica europeia na Hungria em dezembro de 2023, isto depois de vários países europeus se terem mostrado receptivos a receber a infraestrutura.

De resto, o fabricante automóvel chinês já possui em solo húngaro uma outra unidade de produção, onde fabrica os autocarros elétricos que comercializa no Velho Continente.