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Escândalo de emissões do Grupo Fiat Chrysler chega a 2010

Texto: Miguel Policarpo
Data: 22 de Maio, 2018

A manipulação de emissões terá alegadamente sido estudada pelo Grupo Fiat Chrysler já em 2010. O consórcio queria utilizar software capaz de contornar os testes já no início da década, sendo este um novo capítulo no escândalo de emissões do Grupo Fiat Chrysler.

No final da passada semana passada foi noticiado que a produção da Fiat em Italia está em risco, conjugando-se a este cenário de incerteza uma nova informação que envolve o consórcio. Segundo avança o AutoNews, o Grupo Fiat Chrysler tinha a intenção de contornar os testes de emissões, através do uso de software capaz de “deteção de ciclos”. Significa que os veículos conseguiriam adaptar-se quando submetidos a avaliações, ativando controlos para passar os testes. A informação foi descoberta através de e-mails.

O escândalo de emissões do Grupo Fiat-Chrysler envolveu diversos países – entre os quais os EUA, a Itália e também a França – e ganha agora, desta forma, mais um capítulo. Os e-mails trocados por Sergio Pasini, Diretor de calibração e controlos do fornecedor VM Motori, com os colegas mostram que um empregado do consórcio tentou convencê-lo de que o software – identificado por “t_engine” – não contaria como detetor de ciclos.

O controlo de emissões do Grupo Fiat-Chrysler “será controlado essencialmente pelo t_engine, que é, não importa o que a Fiat diz, um detetor de ciclos”, escreveu Pasini num e-mail, de acordo com um documento judicial tornado público na quarta-feira. Estas suspeitas contribuem para a fundamentação do processo movido por clientes, no qual o consórcio é acusado de defraudar quem comprou os modelos Jeep Grand Cherokee e o Ram 1500. Os valores dos consumos e da performance dos blocos EcoDiesel são alegadamente manipulados, conjugando-se as fraudes nos testes de emissões.

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Entretanto, o Grupo Fiat Chrysler já emitiu um comunicado, assegurando que continua “a cooperar com as variadas investigações governamentais relacionadas com as emissões Diesel”. O consórcio explica ainda que os emails como os referenciados “foram entregues às autoridades”. “É inapropriado tirar conclusões de comunicações isoladas e decisões internas sem um contexto mais detalhado”, sublinha o Grupo.

Este novo desenvolvimento no escândalo de emissões do Grupo Fiat-Chrysler volta a colocar o consórcio na atualidade da imprensa pelas piores razões.