Hyundai i20 1.0 T-GDI Miguel Oliveira. Na pole position

Texto: Francisco Cruz
Data: 20 de Julho, 2022

Celebração da parceria que mantém com o único piloto português a disputar no Mundial de MotoGP, a Hyundai Portugal lançou uma edição especial e limitada do i20, denominada, precisamente, ‘Miguel Oliveira’. A qual, fruto não somente da estética e equipamento reforçados, mas principalmente da ligação ao piloto de Almada, parte, sem a mínima dúvida e, em particular, junto dos fãs portugueses, claramente na pole position em termos de interesse!

Modelo de entrada na oferta da Hyundai em Portugal, o utilitário i20 ganhou, recentemente, um interesse acrescido, principalmente, entre os fãs das duas rodas. E, ainda mais, entre os muitos apoiantes do único piloto português a disputar o Campeonato do Mundo de MotoGP – o almadense Miguel Oliveira.

Resultado de uma parceria entre o importador da marca sul-coreana para Portugal e o piloto (ainda) da KTM, o Hyundai i20 passou a estar disponível, no mercado nacional, com uma nova edição especial, a que foi dado o nome de ‘Miguel Oliveira’. E que, além de uma série de pormenores e argumentos escolhidos a dedo pelo piloto luso, transporta consigo a aliciante extra de ser limitada a não mais que 88 unidades. Ou seja, nada mais, nada menos, que o número que Oliveira ostenta na disciplina maior do Mundial de Motociclismo de Velocidade.

Foto: Turbo

Quanto aos “pormenores”, a presença, de série, não apenas de elementos que remetem para o piloto de Almada, como é o caso dos “obrigatórios” badges com o nome ‘Miguel Oliveira’ e o número ’88’, na grelha frontal e flancos, além de um igualmente personalizado ”88′  inscrito no centro das jantes, como também de uma série de soluções estéticas e aerodinâmicas que tradicionalmente compõem o pack N-Line. E que ajudam a criar uma estética exterior tão desportiva, quanto vibrante.

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É o caso, por exemplo, dos pára-choques desportivos mais esculpidos e com o traseiro a ostentar umas listas brancas a procurarem acentuar a postura racing, aos quais se junta uma grelha frontal também ela com um design mais marcante, além de saias laterais em cinzento, a contrastarem com o Azul Intense escolhido pelo próprio Miguel para cor da carroçaria. Da qual faz ainda parte um tejadilho e capas dos retrovisores a negro.

Finalmente, a completar a estética, um conjunto de jantes em liga leve de 17″ também elas importadas do pack N-Line, além de uma ponteira de escape dupla que, descobrimo-lo depois, acaba fazendo bem mais pela faceta desportiva deste i20 ‘Miguel Oliveira’ do que à partida seria de supor.

Foto: Turbo

Mas, quanto a isso, já lá vamos…

INTERIOR

Passando ao habitáculo, a presença, igualmente, de vários elementos a marcarem a identidade deste i20 mais especial, a começar pelo mesmo badge presente no exterior, mas aqui já, também, com o número da unidade em presença – no caso do “nosso” i20, tratava-se do número 55. Quanto aos restantes, a certeza, apenas, de que o n.º 88 ficou para o próprio Miguel, enquanto a unidade n.º 1, foi leiloada pouco depois da apresentação deste projecto.

Voltando à edição especial propriamente dita, a presença, ainda, do número 88 nos encostos de cabeça dos bancos desportivos N-Line revestidos a tecido e com costuras a vermelho, assim como nos tapetes dianteiros. Isto, a somar a outros pormenores que fazem parte do já referido pack N-Line, como é o caso do volante (de óptima pega) revestido a couro picotado e com pespontos também a vermelho, além do logótipo ‘N-Line’ no braço inferior; da pedaleira e apoio de pé esquerdo em alumínio com revestimento anti-derrapante; ou, ainda, da manche da caixa de velocidades revestida a couro preto e vermelho, alumínio, e com o ‘N’ inscrito no centro. Sem esquecer um fole também ele em couro e com os “obrigatórios” pespontos a vermelho.

Foto: Turbo

A partir daqui, um habitáculo em tudo idêntico ao das restantes versões, em que a solidez da construção parece suplantar a qualidade dos muitos plásticos (rijos), mas onde também se destaca uma funcionalidade e ergonomia sem críticas de maior a apontar. Isto, graças, igualmente, a uma posição de condução agradável, garantida a partir de um banco com todos os ajustes necessários e bons apoios laterais, além de a facilitar o acesso à generalidade dos comandos (maioritariamente físicos), mais até do que a visibilidade exterior.

Quanto aos lugares traseiros, não deixam de ser um bom argumento, até porque o túnel de transmissão é quase inexistente, o que facilita a colocação das pernas, inclusive, no lugar do meio. Sendo que o passageiro aí instalado sentirá bem mais limitações em largura, ou não se tratasse de um verdadeiro segmento B.

Foto: Turbo

Ainda sobre o banco traseiro, a possibilidade de rebatimento das costas 60:40, ligeiramente na perpendicular, embora ficando sempre mais altas que o piso da mala. O que acaba condicionando o aproveitamento, bem mais, até, que o facto da bagageira, com 325 litros de capacidade, ter um acesso alto.

MECÂNICA

Embora disponível, noutras versões, com uma variante de 120 cv, o Hyundai i20 ‘Miguel Oliveira’ dispõe apenas da versão menos potente desse mesmo três cilindros 1.0 litros Turbo (T-GDI) a gasolina. A qual anuncia não mais que 100 cv entre as 4.500 e 6.000 rpm, além de um binário máximo de 172 Nm disponível entre as 1.500 e 4.000 rpm.

Conjugado, de série, com uma caixa de velocidades manual de seis velocidades, de bom tacto no accionamento, o pequeno tricilíndrico acaba por não conseguir melhor do que 10,4s, como marca oficial, na aceleração dos 0 aos 100 km/h, enquanto, na velocidade máxima, a promessa fica-se pelos 188 km/h.

Foto: Turbo

 

Abdicando de andar constantemente à procura de confirmar estes predicados, mas não deixando, ainda assim e de quando em vez, de puxar um pouco pelo motor, até para fazer ouvir uma sonoridade que, particularmente no modo Sport, agrada e espicaça, promessas, ainda, de consumos que a marca fixa nos 5,3 l/100 km, com emissões de 121 g/km. E que, saliente-se, nas nossas mãos, pouco ultrapassaram o prometido – 5,9 l/100 km foi o nosso registo.

TECNOLOGIA

Bem apetrechado em termos estéticos, o i20 ‘Miguel Oliveira’ acresce a estes pormenores um certo toque tecnológico, traduzido, desde logo, em faróis dianteiros e luzes de circulação diurna em LED, câmara traseira, além de um painel de instrumentos digital de 10,25 polegadas e cujo layout muda consoante o modo de condução seleccionado. Mas, também, um ecrã táctil de 8″ a cores, parte de um sistema de infoentretenimento com integração de smartphone via Apple CarPlay e Android Auto, ao qual não faltam, igualmente, botões físicos de acesso directo às funcionalidades.

Foto: Turbo

Depois e já no capítulo da Segurança e ajudas à condução, a presença de tecnologias como a Travagem Autónoma de Emergência ou o Sistema de Manutenção na Faixa de Rodagem, além de, naturalmente, os sensores de estacionamento traseiros e dianteiros.

AO VOLANTE

Pequeno, compacto e leve (pouco mais de 1.100 kg…), a verdade é que este i20 não precisa, sequer, de muito “poder  de fogo” ou ajudas extra, para se mostrar uma proposta ágil e desembaraçada na condução. E, ainda mais, no corre-corre das cidades, onde a capacidade que tem para despertar um certo envolvimento na condução, rapidamente se faz notar.

Ajudado por uma suspensão convincentemente firme (mais, até, que pela forma como enfrenta os maus pisos…), assim como por um modo ‘Sport’ que torna, tanto a sonoridade emanada da dupla ponteira de escape, como a resposta mais rápida ao pedal do acelerador, elementos capazes de despertar um pouco do piloto que há em todos nós, torna-se, a partir daí, fácil, deixarmo-nos levar pelo desejo de explorar as notórias óptimas qualidades inatas do conjunto. Mas que, depois, o pequeno tricilíndrico, de apenas 100 cv mas ainda assim a deixar a sensação de conseguir bem mais que os 10,4 segundos prometidos nos 0 aos 100 km/h, já mostra mais dificuldades em acompanhar.

Foto: Turbo

Aliás, o mesmo acaba sobressaindo, a partir do momento em que deixamos para trás a confusão citadina e decidimos enveredar por uma há muito debaixo de olho estrada secundária de bom piso e particularmente sinuosa, local onde, mais uma vez, é a qualidade e rigidez do chassis, a par da sonoridade entusiasmante, a deixarem-nos a certeza de que, com apenas alguns retoques, nomeadamente na direcção (podia ser uma tudo nada mais pesada…) e no motor (mais fogosidade, agradecia-se!), outra seria, sem dúvida, a festa!…

VEREDICTO

Edição especial que é, também, uma homenagem da Hyundai Portugal ao único piloto a fazer ondular as cores do nosso País no Mundial de MotoGP, a verdade é que este i20 ‘Miguel Oliveira’ acaba conseguindo corresponder aos predicados que estiveram na base da sua concepção.

Foto: Turbo

Desde logo, ao fazer valer não somente os argumentos decorrentes daquilo que é uma edição verdadeiramente limitada, como também a emoção de uma estética cativante, marcada por elementos distintivos e de forte personalização. Capazes de contribuir, inclusivamente, para aquilo que poderá vir a revelar-se um bom investimento, dentro de não muitos anos.

Naturalmente, também não se perderia nada se, a juntar a todos estes predicados, este i20 muito especial pudesse contar, ainda, com um motor mais potente ou, até mesmo, a revisão de alguns materiais e revestimentos. Aspectos que, no entanto, não retiram este Hyundai i20 1.0 T-GDI ‘Miguel Oliveira’ da pole onde, quase tanto como o piloto que lhe deu o nome, merece estar…

 

Gostámos Gostámos

Sonoridade

É, sem dúvida, um dos aspectos que mais apela à faceta (supostamente) desportiva deste i20 ‘Miguel Oliveira’, em particular, quando com o modo ‘Sport’ seleccionado. Só é pena que, depois, as prestações não correspondam…

Equipamento

Até porque se trata de uma edição não apenas especial, mas também limitada, o equipamento é, sem dúvida, um dos aspectos fortes neste pequeno utilitário. Desde logo, por acrescentar aos pormenores de identidade, um sempre bem-vindo pack N-Line.

Comportamento

Claramente e como, de resto, já havíamos comprovado em ensaios anteriores, a atual geração i20 é, sem dúvida, uma proposta bem nascida e fundamentada. Merecendo, também por isso, motores de ambições muito superiores, às demonstradas pelo pequeno 1.0 T-GDI de 100 cv.

Não Gostámos Não Gostámos

Plásticos

Mais uma vez devido ao argumento da edição especial e limitada, ainda acreditámos que a Hyundai pudesse dar alguma atenção à profusão de plásticos rijos e de menor qualidade já conhecidos das versões menos exclusivas. Só que, infelizmente, não aconteceu…

Prestações

Numa proposta que procura homenagear um piloto e até tem imagem exterior a procurar “acordar” a adrenalina, a escolha do motor certo, merecia ter feito parte dos pontos a rever neste i20 ‘Miguel Oliveira’.

Rebatimento dos bancos traseiros

Mais do que a facilidade com que rebate, é aproveitamento que é possível fazer do rebatimento das costas dos bancos traseiro. O qual, desde logo por ficarem muito altos, uma vez reclinado, acaba não sendo propriamente fácil…   

 

Hyundai i20 1.0 T-GDi ‘Miguel Oliveira’

Preço 21 470 € (já com opcionais)
Motor Gasolina, 3 cil., 998 cc
Potência 100 cv entre as 4500 – 6000 rpm
Binário 171 Nm entre as 1500 – 4000 rpm
Transmissão Dianteira, Man., 6 vel.
Peso 1.140 kg
Comp./Larg./Alt. 4,04/1,78/1,45 m
Dist. entre eixos 2,58 m
Mala 352 l
Desempenho 10,4 0-100 km/h; 188 km/h Vel. Máx.
Consumo 5,3 (5,9*) l/100 km
Emissões CO2 121 g/Km

* Medições Turbo

Equipamento
Série: Faróis dianteiros e traseiros em LED, luzes de circulação diurna em LED, jantes de liga leve de 17”, ecrã tátil de 8”, entrada USB na segunda fila, computador de bordo com ecrã “Supervision Cluster” de 10,25”, integração de smartphone Apple CarPlay e Android Auto, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, travagem autónoma de emergência, sistema de manutenção na faixa de rodagem, câmara de auxílio ao estacionamento traseiro.