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Enganar o teste do balão: mitos desfeitos

Texto: Redação
Data: 4 de Janeiro, 2019

Existem muitas histórias sobre técnicas que podem ser usadas para enganar o teste do balão, escapando assim às multas de condução com excesso de alcool. Além de ser preciso já estar bem bebido para adotar alguns destes comportamentos, recordamos agora que eles não funcionam…

2018 foi um ano negativo nas contas da sinistralidade rodoviária, como os dados das operações de Natal e Ano Novo comprovaram, e uma das principais causas para o aumento da sinistralidade esteve na condução sob o efeito do álcool. Embora sejam bem conhecidos os efeitos nefastos que esta substância tem nos condutores, há muitos que continuam a arriscar a sua vida e dos outros ao pegar no volante já além dos limites legais das taxas de alcoolemia. Deste grupo, há alguns que acreditam mesmo em alguns mitos sobre práticas para enganar o teste do balão. Mas, como poderá ver aqui… o melhor mesmo é nunca combinar condução e bebidas alcoólicas…

Beber café ou comer caramelos: Estas substâncias, e outras como a pasta dentífrica, podem absorver ou camuflar parte do álcool que permanece na boca. E a cafeína até o pode deixar mais desperto. Mas o teste de alcoolemia avalia o ar expelido nos pulmões [daí que seja conhecido como bafometro pelos brasileiros] e por isso a eficácia é mínima...
Beber muita água: Beber um garrafão de água antes de pegar no carro não serve para nada. Afinal, o problema está na quantidade de álcool que já passou para a sua corrente sanguínea, passando pelos pulmões e dessa forma sendo detetado pelos testes. Por isso, não serve de nada "diluir" o conteúdo do seu estômago
Fazer exercício: 50 flexões antes de entrar no carro até pode ser bom para a saúde a longo-prazo, mas não vai fazer "evaporar" com o suor todo o álcool de ingeriu anteriormente...
Recorrer a medicamentos: Além do propósito dos medicamentos não ser mascarar o álcool, por vezes estas misturas acabam por ser ainda mais explosivas. E, assim, agravar ainda mais os efeitos negativos causados pelos "copos" excessivos
Parar de beber duas horas antes: Se antes desse período decidir emborcar um metro de cervejas sozinho ou um shot por cada pessoa presente na festa, seguramente isso não vai evitar o positivo no teste. Como o ritmo médio de eliminação de álcool no sangue é de 0.20g/l por hora, faça as contas...
Comer uma cebola: Não é por ter um hálito totalmente alterado que os pulmões vão deixar de expelir o álcool. Além disso, se os agentes tiverem conhecimento desse truque, ficará sob os holofotes imediatamente.
Colocar uma pilha sobre a língua: Mais um caso que, além de não conseguir evitar o positivo, o vai obrigar a explicar porque razão decidiu esconder uma pilha sobre a língua na presença das autoridades
Beber azeite, mastigar erva, moedas debaixo da língua e outras "medicinas alternativas": Antes de mais, deve ser preciso estar já bem tocado para se decidir a fazer isto. E embora possa ser capaz de vomitar todo o álcool que resta no seu estômago, não terá nenhum efeito naquele que já passou para a corrente sanguínea
Soprar devagar: Tentar enganar o teste do balão não é boa ideia. Primeiro porque é exigido que uma determinada quantidade de ar passe pelo dispositivo para ele fazer a medição. E depois porque as autoridades podem notar que está a "brincar" com o teste. A única coisa que vai conseguir é uma oportunidade para soprar em outra palhinha e repetir o teste...
Os fumadores acusam menos: Esta ideia está relacionada com os maiores valores de acetaldeído existente nos pulmões dos fumadores, que poderiam afetar alguns dos dispositivos de testes mais antigos e rudimentares. Mas não é capaz de enganar os sistemas de deteção mais recentes...
No entanto, estudos afirmam que fumar atrasa a absorção do álcool, pois as pessoas vão demorar mais a ficar de estômago vazio [e o álcool é absorvido na parte final do sistema digestivo]. Isso significa apenas que, se fumar, os efeitos nas taxas de alcoolemia possam sentir-se mais tarde do que nas outras pessoas. Mas os efeitos acabam sempre por chegar...

 

Fonte: Autobild.es; Browning&Long; Breathalyser; Bactrack; British Medical Journal; Wikipedia