Empresa portuguesa cria camião remoto, drone e robô para combater incêndios

A Jacinto, uma empresa portuguesa especializada em Veículos Florestais de Combate a Incêndio (VFCI), desenvolveu três soluções inovadoras para salvar vidas e reduzir os riscos para os bombeiros. Fique a conhecê-las.

A Jacinto, uma empresa portuguesa especializada no desenvolvimento e produção de carros de combate a incêndios, está a investir em tecnologia de ponta para o combate e prevenção de fogos florestais.

Com o apoio de fundos comunitários, criou três soluções inovadoras: o Eco-Camões, um camião elétrico e remoto, um drone adaptado a incêndios urbanos, e o robô E-Forest, pensado para limpeza florestal e deteção de focos de incêndio.

Eco-Camões: veículo elétrico de combate a incêndios

Começando pelo Eco-Camões, apresentado em 2019. Trata-se de um camião 100% elétrico, com 300 km de autonomia, capacidade para 10 mil litros de água e funcionamento contínuo durante quatro horas.

É totalmente remoto, permitindo ao operador controlar o veículo até 500 metros do local do incêndio, e foi desenvolvido em parceria com o Instituto Politécnico de Leira e o Laboratório de Tecnologia Automóvel.

Concebido para aeroportos e contextos urbanos ou industriais, foi financiado com 1,6 milhões de euros pelo COMPETE 2020, dos quais cerca de 628 mil euros são do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

De acordo com Jacinto Reis Oliveira, sócio-gerente e responsável pela área de inovação, em declarações ao Expresso, o objetivo era vender este camião em Portugal. Contudo, a falta de postos de carregamento e o reduzido interesse das autarquias em veículos elétricos têm dificultado a sua adoção no país, o que levou a empresa a apostar em mercados externos.

Drone de combate a incêndios

A Jacinto também desenvolveu um drone, em conjunto com a Sleeklab, a Categoria Funcional e a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI). O projeto, denominado SAP, foi financiado em 733 mil euros do mesmo programa COMPETE 2020, dos quais 449 mil euros são do FEDER.

Embora inicialmente concebido para combate aos incêndios rurais, a instabilidade com a carga de água e os possíveis obstáculos no terreno (como ramos das árvores) levaram à sua adaptação para incêndios habitacionais e em edifícios de difícil acesso.

Segundo Jacinto Reis Oliveira, este drone também poderá ser usado na prevenção de incêndios, nomeadamente na aplicação de retardantes para criar faixas de contenção.

Robô E-Forest

Por último, temos o robô do projeto E-Forest, que ainda está em fase inicial. Foi desenvolvido em conjunto com a Bold Robotics e a Universidade de Coimbra, e teve um apoio de 1,3 milhões de euros, combinados pelo FEDER e o COMPETE 2020.

De acordo com Jacinto, em declarações à mesma publicação, este robô é capaz de recolher biomassa, limpar florestas e extinguir pequenos focos de incêndio, operando através de sensores e inteligência artificial.

O objetivo é que, no futuro, o robô E-Forest seja utilizado pelos municípios e ajude nas tarefas de limpeza florestal. Mas, sobretudo, a Jacinto pretende que estas soluções sustentáveis e autónomas reforcem a segurança, apoiem os bombeiros e modernizem a prevenção de incêndios em Portugal.

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