Emissões: BYD pode ser a salvação de BMW, VW e Renault

Tal como a americana Tesla, também a chinesa BYD se prepara para vender créditos de carbono a fabricantes europeus, em risco de ter de pagar pesadas multas, devido às novas metas anti-emissões estabelecidas pela União Europeia. BMW, Volkswagen e Renault são, apenas e à partida, alguns dos interessados…

A situação foi já admitida, em declarações ao site Automotive News Europe, pelo “consultor especial” da BYD para Europa, Alfredo Altavilla, que confirmou a existência de “negociações”, sem especificar nomes de construtores interessados, embora garantindo que “estamos bem encaminhados”.

Recorde-se que, no início deste ano, vários fabricantes automóveis anunciaram a constituição de grupos de partilha emissões e créditos de carbono. Um dos dois grupos formados é constituído pela Stellantis, Toyota, Ford, Mazda, Subaru e Tesla, enquanto o segundo conta com a participação da Mercedes-Benz, Polestar, Volvo e smart.

Ao integrarem, perante a Comissão Europeia, estes grupos, os fabricantes com menos veículos elétricos na sua gama e com uma média de emissões mais altas, podem aproveitar a ausência de emissões dos parceiros elétricos, comprando-lhes os seus créditos de carbono. Estratégia que, por sua vez, conduz a uma descida da média e deixa o construtor a salvo do pagamento de multas.

Neste momento, apenas os grupos BMW e Volkswagen, além do grupo Renault, não estão inseridos num grupo de emissões. Algo que, no entanto, ainda pode acontecer, uma vez que o prazo para comunicar à Comissão Europeia uma potencial integração, só termina a 3 de dezembro, recorda a Auto News.

Recordar, igualmente, que, ao integrarem um grupo deste tipo, os construtores automóveis participantes não podem partilhar dados ou informações de outro género, que não o valor médio preciso de emissões de CO2, as metas com que estão confrontados e o número total de veículos matriculados.

Menos 15% que em 2021

As novas metas impostas pela União Europeia para 2025 prevêem uma redução de 15% nos valores máximos de emissões, face a 2021, o que leva os analistas a afirmarem que os fabricantes automóveis terão de vender, pelo menos, 20% de elétricos, para conseguir ficar abaixo do máximo permitido. Isto, apesar de, atualmente, o mercado europeu de EV não valer mais do que 14% do total de vendas automóveis.

No entanto, a exigir esse mesmo esforço, surgem multas especialmente pesadas, como é o caso da obrigatoriedade de pagamento de uma taxa, no valor de 95€, por cada grama de CO2 acima do limite, por veículo.