Oliver Schmidt, o executivo da VW que deve esta quinta-feira ser condenado por mentir relativamente ao Dieselgate, afirma que recebeu ordens superiores para omitir a verdade relativamente à fraude do motor EA189. Preso em solo americano desde o início do ano, Oliver Schmidt tem sido o principal acusado neste país no processo relativo ao dieselgate. Após as informações que indicam que poderá incorrer numa pena até 169 anos, e de até já se ter dado como culpado dos crimes ambientais, o antigo Diretor do Departamento do Ambiente e da Engenharia em Michigan veio agora acusar os altos quadros da marca. Em declarações reproduzidas pela Automotive News, Oliver Schmidt diz que recebeu instruções superiores para mentir.
Este executivo deixa esta acusação relativamente à reunião que manteve a 5 de agosto de 2015 com Alberto Ayala, responsável do gabinete ambiental da Califórnia. Apesar de ser já praticamente certo nessa altura que os germânicos tinham utilizado softwares ilegais para alterar as emissões dos seus modelos, Schmidt afirma ter recebido"um guião, ou pontos de discurso" aprovados pela esfera de decisão do Grupo VW em colaboração com prestigiados advogados. Olhando para essa altura, o antigo membro da VW diz que "lamentavelmente, acedi a seguir [essas instruções]. Em retrospetiva, nunca me devia ter reunido com o Dr Ayala nesse dia. Ou melhor ainda. Devia ter ido ao encontro e ignorado as instruções que recebi", reconhecendo que isso significaria "admitir que existia um defeat device nos motores diesel VW e que a Volkswagen andava a enganar [as autoridades] há quase uma década". Talvez considerando que foi abandonado à sua sorte neste processo, Oliver Schmidt afirma ainda que se sente "injustiçado pela minha companha do escândalo diesel, ou dieselgate". Contatada para uma reação pela Automotive News, a Volkswagen recusou comentar esta acusação da parte do seu antigo Diretor do Departamento do Ambiente e da Engenharia em Michigan. Fonte: Automotive News Europe
