Construtores da Europa reagem a acordo de tarifas com os EUA

O acordo entre os Estados Unidos e a União Europeia reduziu as tarifas de importação para veículos europeus. Ainda assim, os construtores do "Velho Continente" estão a reagir com cautela e expectativa.

As principais marcas automóveis europeias reagiram positivamente ao anúncio do acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia que reduziu as tarifas de importação para veículos europeus de 27,5% para 15%.

O entendimento, anunciado no domingo, dia 27 de Julho, foi recebido como um passo importante para aliviar as tensões comerciais entre os dois blocos. Contudo, existem preocupações entre os fabricantes em relação à implementação e impacto a longo prazo das novas tarifas.

As reações das marcas

Em comunicado, a Mercedes-Benz classificou o acordo como um “alívio necessário” para a indústria automóvel alemã, num momento de elevada incerteza global.

A marca apelou ainda à manutenção de um diálogo construtivo com Washington para avançar com a eliminação total das barreiras comerciais.

Por sua vez, a Volkswagen destacou que o acordo é um passo positivo para garantir previsibilidade regulatória, mas manifestou reservas quanto à falta de detalhes, afirmando que só após a divulgação oficial dos termos poderá fazer uma análise mais completa.

A BMW reagiu com pragmatismo, considerando que o novo quadro tarifário vem reforçar o modelo de produção que já integra na sua fábrica de Spartanburg, nos EUA, e justificar mais investimento fora da Europa para reduzir o risco tarifário.

Já a Audi, um dos fabricantes mais expostos às tarifas por não ter fábricas nos Estados Unidos, afirmou estar ainda a avaliar os efeitos do acordo.

Impacto positivo no curto prazo, dizem os analistas

De acordo com Michael Dean, analista da Bloomberg Intelligence, este alívio tarifário poderá representar um ganho de 4 mil milhões de euros para os fabricantes europeus, graças ao aumento das exportações e maior eficiência nas cadeias logísticas.

No entanto, Hildegard Müller, presidente da associação da indústria automóvel alemã (VDA) alerta para o custo ainda elevado das tarifas.

A presidente lembrou que, apesar da iniciativa diplomática para travar uma escalada do conflito comercial, os 15% ainda representam “um peso relevante” para os construtores e defende uma eliminação faseada das tarifas restantes.