Ciclos de carga: sabia porque são importantes para a bateria

Sabia que a durabilidade da bateria de um carro elétrico depende dos ciclos de carga? Conheça os cuidados essenciais a ter para garantir mais autonomia e aumentar a durabilidade da bateria do seu carro.

A bateria é um dos componentes mais valiosos e sensíveis de um veículo elétrico. A sua substituição implica um custo elevado, pelo que é necessário adotar práticas que prolonguem a sua vida útil.

É neste contexto que entram os ciclos de carga. Estes desempenham um papel fundamental na vida útil das baterias e ajudam a compreender a sua degradação natural ao longo do tempo.

O que são os ciclos de carga?

Um ciclo de carga corresponde ao processo completo de carga e descarga de uma bateria. Ou seja, desde os 100% até aos 0%, independentemente de quantas vezes é carregada nesse intervalo.

Por exemplo, se carregar o carro todas as noites até aos 100% e utilizar apenas 20% da carga diariamente, ao fim de cinco dias terá completado um ciclo.

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Uma bateria dura quantos ciclos?

A importância dos ciclos reside no facto de servirem como uma referência para a medição da vida útil da bateria, que geralmente é estimada em cerca de 3000 ciclos.

Isto pode traduzir-se em oito anos de utilização regular, com uma autonomia entre 160 mil e 200 mil quilómetros. Após esse limite, a bateria não deixa de funcionar, mas a autonomia por carregamento reduz gradualmente.

Por isso, embora a bateria continue a funcionar, o seu rendimento desce substancialmente face à sua capacidade inicial, o que obriga a carregamentos mais regulares e pode afetar a experiência de utilização.

Boas práticas para prolongar a autonomia

Para retardar esta deterioração, é aconselhado manter a bateria entre os 20% e os 80% de carga, de forma a evitar carregamentos completos e descargas totais regularmente.

Além disso, deve-se minimizar a exposição a temperaturas extremas e usar carregadores rápidos apenas quando necessário.

De forma a evitar os erros mais comuns dos utilizadores, várias marcas já incluíram sistemas nos seus modelos elétricos que limitam a carga para preservar a bateria.

E as diferenças entre químicas de bateria?

Nem todas as baterias são iguais e os cuidados recomendados podem variar consoante a sua composição química.

As mais comuns são as baterias de iões de lítio, mas mesmo dentro deste grupo existem baterias com composições, características e durabilidades distintas.

As baterias de lítio-níquel-manganês-cobalto (NMC) e lítio-níquel-cobalto-alumínio (NCA), oferecem uma elevada densidade energética, que se traduz em autonomias maiores. Contudo, são mais sensíveis a carregamentos a 100% e a descargas profundas, o que pode acelerar a sua degradação.

Nestes casos, é recomendado manter a carga da bateria entre 20% e 80% sempre que possível, para preservar a sua durabilidade estimada entre 1500 e 3000 ciclos.

As baterias de lítio-ferro-fosfato (LFP), cada vez mais presentes no mercado, apresentam uma densidade energética inferior, o que pode resultar em autonomias mais modestas, mas destacam-se pela sua grande durabilidade e estabilidade térmica.

Estas baterias podem ser carregadas até 100% com regularidade sem qualquer impacto significativo na sua vida útil, sendo que também são mais resistentes a temperaturas elevadas.

Consoante o tipo de utilização, têm uma durabilidade estimada entre 3000 e 5000 ciclos-

As baterias de estado sólido, ainda em fase de desenvolvimento, são a grande promessa da mobilidade elétrica.

Prometem aliar alta densidade energética a uma grande durabilidade, com melhorias significativas na segurança e no tempo de carregamento.

São vários os fabricantes que estão a apostar neste tipo de baterias. Marcas como a Hyundai e a Mercedes-Benz já estão a preparar as suas.