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CEO da Aston Martin contra plano do Reino Unido

Texto: Miguel Policarpo
Data: 27 de Julho, 2017

As reacções na indústria automóvel perante o anuncio do plano do Reino Unido em banir o diesel e a gasolina começam a surgir. Andy Palmer, responsável máximo da Aston Martin, considera que a medida terá consequências desastrosas e inúteis. 

O CEO da Aston Martin, Andy Palmer, acredita que a decisão do Reino Unido em proibir automóveis movidos a diesel e a gasolina a partir de 2040 (e as suas variantes, como os híbridos, ainda que rumores sugiram que estes motores possam fugir à regra), empurrando o mercado para os elétricos, terá um impacto negativo para a indústria automóvel.

Segundo reporta o meio Autocar, Andy Palmer indica que cerca de 800,000 empregados na indústria automóvel seriam prejudicados e o número não inclui, por exemplo, empregados de bombas de gasolina e oficinas, ou seja, postos de trabalhos que derivam do mundo automóvel.

Palmer refere que as marcas “seriam forçadas a parar de produzir os seus próprios motores” e seria necessário a relocalização das fábricas para países como a China, o Japão e a Coreia-do-Sul para o desenvolvimento da tecnologia elétrica e de baterias, países que, de acordo com o responsável máximo da Jaguar, “têm recebido apoio dos seus governos durante anos”.

Fotogaleria relativa ao imponente Aston Martin Valkyrie

A remodelação das fabricantes para o produção exclusiva de motores elétricos implicaria “desperdiçar os atuais investimentos avultados no desenvolvimento de tecnologias limpas e afetaria uma das indústrias mais fortes da Grã-Bretanha”, explica Andy Palmer.

Mesmo que os automóveis híbridos sejam permitidos, Palmer entende que seria uma excepção inútil: “Em 2040 não haverá automóveis puramente de combustão porque os híbridos e os híbridos plug-in chegarão e sobrarão”, acreditando “genuinamente que os híbridos plug-in representarão 40% da quota dos automóveis já em 2030, portanto o banimento por 2040 já seria tarde”.

Numa outra nota, Andy Palmer explica que até o anuncio do plano foi feito numa má altura, devido à incerteza do futuro pela decisão do Reino Unido em sair da União-Europeia. A proibição e o Brexit pesarão na balança no que respeita ao investimento das empresas na Grã-Bretanha.

Entretanto a Aston Martin prepara o lançamento do primeiro modelo da marca totalmente elétrico, o RapidE.