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Carros privados com radares já circulam em França

Texto: Nuno Fatela
Data: 20 de Abril, 2018

Agora as viaturas descaracterizadas e na posse de empresas vão ajudar a caçar os que prevaricam e excedem os limites de velocidade em França. Os carros privados com radares podem multiplicar cinco vezes a quantidade de multas passadas e permitir ao Estado Gaulês arrecadar mais dois milhões de euros por ano.

Os condutores franceses precisam a partir de agora de ter muito mais cuidado antes de excederem os limites de velocidade. Isto porque podem ser multados sem a presença de qualquer viatura policial ou radar “oficial” nas proximidades, devido à introdução dos carros privados com radares. Esta solução entrou agora numa fase de testes piloto, na Normandia, que antecede a expansão a todo o território gaulês em 2019. Estes automóveis são geridos por sociedades privadas, que ficam assim com total autonomia para atuar e seguir em busca dos que não cumpram a lei.

Entraram em ação os primeiros carros privados com radares em França
O serviço é gerido por empresas privadas, o que tem estado na origem de críticas contra o que os consumidores consideram ser "uma máquina de dinheiro"
Serão utilizados os modelos Renault Mégane, Dacia Sandero Stepway, Peugeot 208 e 308 e Citroën Berlingo
Totalmente descaracterizados e sem polícias a bordo, será extremamente difícil para os outros condutores reconhecer a sua presença.
Eles têm equipamento para ler a velocidade, saber os limites das estradas onde circulam e fotografar as matrículas. A informação é enviada para as autoridades
Eles apresentam uma margem de erro de 10% na leitura.
De momento estão 26 destes automóveis na Normandia, mas em 2019 devem estar 450 carros privados com radares em toda a França
Espera-se que eles circulem diariamente 8 horas. Bem mais que a média de 1h13min das viaturas policiais.
Outra vantagem é que basta um passageiro, enquanto os carros policiais necessitam de dois agentes a bordo.
As previsões são que as multas anuais de excesso de velocidade subam de 2 milhões para 12 milhões e a receita adicional seja de 2 milhões de euros

Estes automóveis de particulares funcionam com total autonomia em relação às forças da lei, e estão equipados com vários sensores e equipamentos para captar a velocidade, reconhecer a sinalização com os limites e também saber os máximos inscritos nos mapas rodoviários gauleses. Apresentando uma margem de erro de 10% em relação à velocidade registada,  estes carros privados com radares conseguem gravar a matrícula dos prevaricadores e enviar essa informação diretamente para os serviços próprios. Depois é esperar que as autoridades atuem e autuem, enviando as multas para as pessoas apanhadas em excesso de velocidade.

 

Uma importante receita…

Os carros privados com radares vão ter um importante papel. Atualmente as viaturas policiais com sistemas para medição de velocidade estão em ação aproximadamente 1H13min por dia, mas a estimativa é que estes particulares sejam capazes de “patrulhar” durante oito horas diariamente. De momento existem na Normandia 26 carros privados com radares, mas em 2019 devem ser já 450 a circular em toda a França, dos modelos Renault Mégane, Dacia Sandero Stepway, Peugeot 208 e 308 e Citroën Berlingo. E neste caso será apenas necessária uma pessoa a bordo, ao contrário dos veículos policiais que necessitam de ter dois agentes.

Eles juntam-se na segurança rodoviária aos 383 carros das autoridades e mais de 3000 radares (de diversos tipos) utilizados para monitorizar a velocidade. Por trabalharem durante muito mais horas que os carros da polícia, e também pelo facto de serem irreconhecíveis para os outros automobilistas, é aguardado um imenso impacto na quantidade de coimas. Dos atuais dois milhões de multas passadas espera-se que o registo suba para 12 milhões de autos por excesso de velocidade. E isso pode representar uma receita adicional de dois milhões de euros para os cofres do estado francês.

 

A privatização da procura pelos que excedem os limites de velocidade levanta claramente algumas questões. O facto destas empresas poderem agir de forma autónoma levanta a possibilidade de existir alguma caça à multa, uma situação que está a preocupar os franceses. Por isso já 40 milhões subscreveram uma petição contra a o que definem como “uma máquina de fazer dinheiro” e pedindo a abolição desta medida por considerarem que os serviços das forças policiais não podem ser subcontratados.

 

Fonte: Sudouest.fr e LeParisien

*A foto com o sistema instalado numa viatura pode ser encontrado nas fotos (com direitos de autor) destes dois meios de comunicação social franceses. Ele contempla apenas um tablet ao centro do tablier para monitorização das informações