É já no dia 1 de abril que os fabricantes vão ter de instalar, obrigatoriamente, o sistema de chamadas de emergência em todos os novos modelos lançados. Veja agora as principais características, benefícios e dúvidas sobre o E-Call.
Após um adiamento de dois anos, o sistema de chamadas automáticas de emergência em caso de acidente, o E-Call, entra em vigor para os automóveis que sejam lançados no espaço europeu a partir do próximo mês. O sistema define-se, resumidamente, por uma ligação direta entre o condutor e a sua marca caso seja registado um acidente com o automóvel, por exemplo quando o airbag é despoletado. Estes operadores depois comunicam com os serviços de emergência, para que possam socorrer os acidentados. Além disso, o E-Call também tem outras valências, servindo para comunicar diretamente com a marca (potenciando o apoio com navegação e outros serviços) e ainda para que os fabricantes recebam indicações sobre avarias ou reparações que sejam necessárias o veículo.
A ideia deste contacto direto de emergência não é, efetivamente, novo. Por exemplo a General Motors tem um sistema específico de E-Call, designado OnStar, que foi lançado nos Estados Unidos em 1996 e superou há dois anos o total de mil milhões de interações. E a sua importância já foi comprovada ainda antes da introdução de soluções de geolocalização. Quando foi o lançamento na Europa, com sede perto de Londres, foi apresentada uma história passada com o sistema que está disponível nos Opel e Vauxhall e que mostra a sua eficácia.
Tratou-se do contacto com uma pessoa que se tinha despistado e saído de estrada, dificultando a chegada ao local do acidente. Como a pessoa conseguia ver as luzes e ouvia as sirenes dos bombeiros foi falando com o operador de E-Call para que este fornecesse a sua localização precisa aos serviços de emergência. Um exemplo prático da importância que este equipamento pode ter para acelerar o socorro em caso de sinistros rodoviários. Outro exemplo da sua importância foi com um condutor retirado do seu veículo por um ladrão. Após contatar a polícia, ela recorreu ao apoio dos operadores e, já com base no sistema de geolocalização, descobriu onde estava o criminoso e o automóvel.
Existem, no entanto, algumas questões ainda polémicas sobre o E-Call, como o acesso aos dados. Esse foi, aliás, um dos motivos para o atraso da entrada em vigor, devido à forma como os fabricantes ficam com vantagens a outras entidades, como reparadores independentes. Algo que obrigou a encontrar um padrão, com condições e obrigações específicas, de forma a garantir que essas empresas conseguem ter acesso aos dados. Uma situação que, no entanto, não está ainda totalmente resolvida.
Mais informações sobre a entrada em vigor do E-Call podem ser encontradas na Revista Turbo 439, que na próxima segunda-feira estará nas bancas.
Explicação adicional: O e-Call não será obrigatório em todos os automóveis vendidos a partir de 1 de abril de 2018. Mas o sistema tem de surgir, sem falta, nos modelos homologados após essa data. Ou seja, tanto nos novos modelos lançados, novas gerações de modelos atuais ou ainda aqueles que sejam alvo de restyling.