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Audi A8 – Salto rumo ao futuro

Texto: Nuno Fatela
Data: 12 de Julho, 2017

Foi desvendada a quarta geração do Audi A8, que ostenta um estilo claramente inspirado no concept Prologue e cuja evolução tecnologia se espelha por alcançar o nível 3 de condução, indo além do seu tempo pois este sistema ainda nem está legalizado. O segredo está no número 48…

O Audi Summit, que desde o dia 11 de julho decorre em Barcelona, foi o palco escolhido para dar a conhecer o novo A8. O verdadeiro ponta-de-lança na estratégia da marca conjuga um estilo vanguardista com um conjunto de soluções que estão à frente no seu tempo, introduzindo o sistema de 48 volts como a principal corrente elétrica do automóvel e ainda ganhando capacidades de condução autónoma que não pode utilizar pois as leis não estão preparadas para ele. Isto faz do A8 um “fora-da-lei” vindo do futuro para arrebatar o mundo automóvel com uma verdadeira demonstração do que de melhor se faz nesta indústria.

Design

Quando em 2014 a Audi revelou o Prologue Concept da imagem seguinte, ficaram demonstradas as intenções da marca para o campo das berlinas de luxo, conjugando uma postura assertiva com um visual dinâmico. Desta “ecografia” de design nasceu agora o Audi A8, um modelo que se destaca desde logo pelo seu perfil com pouca altura e ágil, especialmente enfatizado na cintura baixa e as linhas descendentes do teto, mas combinado com um porte estatutário, com a presença enfatizada pela grande grelha dianteira, e de elegância robusta, como se verifica pelas cavas das rodas marcadas. Fiel à imagem do Prologue concept, este é sem dúvida um visual contemporâneo do luxo destinado a transportar os mais opulentos ocupantes. Para essa imagem moderna têm ainda contribuição acentuada os grupos óticos, com a dianteira a apresentar os tons azulados da iluminação laser e a traseira os perfis tridimensionais dos OLEDS nas opções mais evoluídas.

Estreando uma nova plataforma, o topo de gama de Ingolstadt está disponível em versões de 5,17m que surge nas fotos a vermelho e 5,30m (o Audi A8L em tom cinza), em ambos os casos ganhando 37mm em relação à terceira geração. Ou seja, espaço não vai faltar quando os ocupantes passarem através das portas deste “hotel de cinco estrelas”, onde só falta mesmo ter à disposição um chef com estrelas Michelin. Além de todo o requinte a bordo, que chega ao ponto de poder contar com massagens para os pés no “Spa” em que se transformam os bancos traseiros, destaque para a quase total ausência de comandos físicos. Para esta “limpeza” que se vislumbra pela continuidade de todas as superfícies um dos trunfos é a digitalização das informações, acessíveis através do Virtual Cockpit de 12,3’’ e dos ecrãs ao centro com 10,1’’ e 8,6’’. É também numa destas superfícies táteis que na retaguarda (tal como no Série 7) os passageiros podem comandar diversas configurações.

Motores e Mecânica

O primeiro destaque no Audi A8 está na utilização dos 48 volts como corrente elétrica principal do veículo (enquanto no SQ7 era ainda secundária), algo que terá impacto em diversas áreas. A primeira é a eficiência da gama de motores, composta inicialmente pelos 3.0 TDI de 286CV e 3.0 TFSI de 340CV em novembro, e posteriormente reforçada com os blocos de 4.0L TDI de 435CV (já conhecido do SQ7) e TFSI de 400CV, bem como o W12 de 585CV. Além de reduzir consumos, como os 48 volts efetuam a regeneração da força das travagens toda a gama passa a ser “micro-híbrida”. Mas futuramente haverá ainda um híbrido com autonomia elétrica de 50km, que não podemos designar como híbrido de Plug-In porque também consegue efetuar a recarga wireless por indução.

 

Os 48 volts também têm outra grande vantagem no Audi A8, que passa pela utilização dos atuadores elétricos em cada roda para que o veículo, com recurso à análise da estrada, possa antecipar e adaptar-se às várias irregularidades. Trata-se de um sistema que a marca designa como suspensão totalmente ativa que além do conforto também tem impacto na proteção dos ocupantes. A condução da berlina de luxo germânica sai ainda beneficiada pela introdução das quatro rodas direcionais, das barras estabilizadoras e direção ativas e ainda uma pequena grande solução. Trata-se de uma peça em fibra de carbono na secção traseira que apesar de pesar pouco mais de 2kg ajuda a aumentar em 24% a rigidez estrutural.

Assistências

Mas esta corrente elétrica tem ainda impacto nas assistências de condução, já que pela primeira vez está disponível num modelo de produção o nível 3 de condução autónoma. Como lhe indicamos neste artigo, o Audi A8 deixa brincar no trânsito… os governos é que não! Apesar de pronta a utilizar, a tecnologia não está legalizada, o que impossibilita este ‘upgrade’ em que os condutores poderiam delegar totalmente a condução e apenas estar em posição de retomar o volante a qualquer momento. A questão foi já abordada por diversos especialistas quando se soube como o comportamento a bordo dos veículos de testes da Google deixou os engenheiros da empresa com os cabelos em pé, e alguns investigadores afirmam mesmo que os humanos não são de confiança para se poder disponibilizar o Nível 3. No entanto, a Audi é a primeira marca a ter este sistema pronto a utilizar, e agora é preciso esperar para ver como será a evolução das normas legais.

O novo A8 será também capaz de falar com os irmãos, efetuando a comunicação V2V (veículo para veículo) como forma de trocar informações referentes a limites de velocidade, estado do tempo ou a existência de acidentes rodoviários no percurso. Existem ainda outros sistemas que demonstram a evolução tecnológica do novo topo de gama da marca dos quatro anéis, e que vêm reforçar a simbiose entre automóveis e dispositivos digitais. É o caso do estacionamento a partir do exterior com recurso a uma App (algo que o Tesla Model S também já contempla) e ainda a possibilidade de utilizar o telemóvel como chave do carro, algo que é igualmente disponibilizado em propostas como o Mercedes Classe E.

 

Não existem dúvidas que, com esta quarta geração do Audi A8, a marca dá um salto quântico rumo ao futuro graças à amplitude de inovações que a luxuosa berlina contempla. A entrada em comercialização está marcada para novembro, e até lá pode ser que os governos decidam tornar legal a utilização do Nível 3 de condução autónoma que faz a estreia no Audi A8.