Cliente processa Aston Martin pelo barulho do seu Valkyrie

O proprietário de um Aston Martin Valkyrie está a processar a marca britânica por defeitos graves no hipercarro, um deles sendo o ruído do motor V12. Saiba o que está em causa.

Por norma, os proprietários de hipercarros como o Aston Martin Valkyrie não têm razão de queixa, mas este cliente está a exigir a devolução do seu, avaliado em mais de 3 milhões de euros.

O cliente, identificado pelo pseudónimo “Sebastian Kunze”, adquiriu o modelo em 2018, mas só o recebeu em 2022. Desde então, terá percorrido apenas 441 km com o carro.

Mas, para Kunze, 441 km percorridos foram suficientes para alegar que, apesar da exclusividade (apenas 150 unidades produzidas) e do desempenho impressionante (1170 cv a partir de um V12 híbrido e com uma velocidade máxima superior a 350 km/h), o Valkyrie apresenta alguns defeitos graves.

Quais são?

Kunze alega que o seu exemplar “tem mais defeitos do que todos os meus outros carros juntos”, a começar pelos problemas elétricos no sistema hidráulico "Rocket Locker". Este sistema foi concebido para evitar que a suspensão hidráulica perca pressão se o veículo ficar parado muito tempo, e o proprietário afirma que o seu perdeu.

Contudo, o que aparentemente o motivou a avançar judicialmente com o pedido de devolução do hipercarro foi quando quase colidiu com uma ambulância, porque alegadamente não conseguiu ouvir a sua aproximação.

A Aston Martin equipou o Valkyrie com um sistema de microfones que captam o som exterior, transmitindo o som das redondezas para os auscultadores que o condutor deve utilizar quando circula na via pública. Mas, segundo Kunze, esse sistema também falhou.

A história complica-se

Conforme o que foi relatado à publicação alemã Handelsblatt pelo advogado de Kunze, a Aston Martin considera que as falhas apontadas pelo cliente são características normais de um veículo de alta performance e não são significativas para aceitar o pedido de devolução.

Além disso, a marca britânica informou o advogado do proprietário que, mesmo aceitando a devolução do hipercarro, seria cobrada uma indemnização de cerca de 68 mil euros pelos quilómetros percorridos.

Como a marca não aceitou o pedido de devolução, a disputa legal está agora no tribunal de Aachen, na Alemanha, embora a marca alegue que o contrato de compra exija que qualquer litígio seja resolvido no Reino Unido.

Já o advogado de Kunze invoca a legislação europeia de proteção ao consumidor, que permitem a abertura de processos judiciais no país de residência do comprador. Enquanto isso, Kunze continua com o seu Valkyrie, mas não o conduz desde o episódio com a ambulância.