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Arrancar em segunda é bom ou mau?

Texto: Redação
Data: 3 de Maio, 2018

Esta é uma questão em que as opiniões se dividem. E com razão, pois existem cenários, e componentes, em que o comportamento do condutor deve ser diferente. Descubra aqui se arrancar em segunda é bom ou mau…

Seja para evitar derrapagens, reduzir os consumos, não ter solavancos ao iniciar a marcha ou proteger componentes, há quem defenda que se deve arrancar em segunda velocidade. Mas será esta uma prática acertada? Arrancar em segunda é bom ou mau? Esta é a questão que foi abordada por um dos melhores canais dedicados à engenharia e questões técnicas do automóvel, o Engineering Explained. E, como habitualmente (por exemplo, na comparação ente seguir em ponto morto ou com carro engatado) as respostas são bastante claras.

Há que explicar desde logo que não existe uma verdade universal nesta questão. Primeiro porque tudo depende da transmissão do carro, que sendo manual ou automática significa respostas diferentes. E também com o cenário com que se depara ao iniciar a viagem, que pode influenciar a escolha. Será que arrancar em segunda é bom ou mau? Veja a resposta na fotogaleria seguinte…

Caixas Manuais
Por norma, não deve arrancar em segunda. A equiparação da velocidade de rotação do motor e da transmissão é a razão. Ao iniciar marcha em primeira faz menos esforços sobre os componentes
O único momento indicado para arrancar em segunda é numa descida. Pode deixar o carro descair e rolar suavemente em ponto morto até ter atingido uma velocidade para fazer a transição suave para segunda velocidade.
Além de facilitar a transição, por exigir uma aceleração menos pronunciada pode ter um impacto, mesmo que ligeiro, nos consumos. E não causa esforço adicional nos componentes
Atenção, não o deve fazer em descidas muito pronunciadas. Neste caso é mais seguro engatar a primeira, para o carro não embalar demasiado.
E, como já explicado pela Turbo, seguir demasiado tempo em ponto morto a velocidades mais elevadas acaba por não ajudar nos consumos.
Há quem defenda que se deve arrancar em segunda quando se está em terrenos escorregadios como neve. Mesmo com menos binário, e reduzindo a derrapagem das rodas, não é a melhor das soluções.
Nestas situações nada como aprimorar a sua habilidade e ser cuidadoso com a embraiagem e acelerador para não fazer as rodas derraparem sobre a superfície.
A explicação para não arrancar em segunda é “simples”. Quando você pressiona o pedal de embraiagem, está a afastar o prato de aperto que faz a ligação entre o volante do motor e o disco de embraiagem.
Ao voltar a conetar estes elementos, o disco patina menos e por um período de tempo inferior ao seguir em primeira velocidade. Isto reduz o desgaste e explica porque se deve sempre arrancar em primeira velocidade.
Caixas automáticas "mais antigas"
Este é o tipo de caixas onde arrancar em segunda acaba por ser positivo. Esta solução recorre a um conversor de binário, e faz a ligação pelo veio com óleo de transmissão.
Nestes casos não existe desgaste adicional. E por isso algumas marcas, como a Jeep, até fazem o arranque em segunda ao seguir em modo Neve para os modelos com estas transmissões.
A razão é que ao iniciar a marcha em primeira existe maior passagem de binário, que ao ser transmitido causa a derrapagem das rodas
Caixas de dupla embraiagem
As mais modernas automáticas exigem também o arranque em primeira.
Têm diferentes pratos de embraiagem que são ligados ao volante do motor. Ou seja, a fricção volta a ser um problema.
Se for uma caixa com conversor de binário já é menos problemático arrancar em segunda, mas não deve ser a sua primeira opção…

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