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AMG – A arte de fazer motores


Data: 9 de Junho, 2017

Fabricados à mão em Affalterbach, os motores da AMG são uma verdadeira beleza, tanto pelos elevados níveis de potência que alcançam como pela sonoridade única que conferem aos carros que equipam. Descubra agora a forma como são produzidos estes propulsores e quem é o “Cristiano Ronaldo” na arte de fazer motores da AMG.

Desde o quatro cilindros mais potente de um compacto, o mítico motor de 2.0L com 381CV que se encontra no A45 AMG, passando pelos diversos V6 e V8 e culminando com os poderosos V12, Affalterbach é a origem de alguns dos mais incríveis e potentes motores do planeta. A divisão de performance da Mercedes está agora a assinalar os seus 50 anos e, como tal, trazemos até si mais detalhes sobre uma parte fulcral das suas criações, pois os motores onde surge o símbolo com uma válvula e duas árvores (uma de cames e outra com folhas à esquerda) são o coração de alguns dos mais entusiasmantes modelos de sempre do mundo automóvel. Ao todo são 200 os “mestres” que têm autorização para colocar as famosas placas com o seu nome no topo dos motores AMG, um atestado de qualidade que qualquer um gostaria de ver ao abrir o capot…

 

O local onde são produzidos os propulsores da AMG é uma unidade pequena, mas apetrechada com o que de melhor se pode encontrar nesta área, permitindo a estes magos terminar cada motor, em média, num tempo de 3,5 horas. Mas até chegar a esta fase em que se tornam representantes da filosofia “um homem, um motor”, os funcionários passam por um processo de aprendizagem rigoroso. Primeiro é preciso obter um curso de mecatrónica num instituto superior germânico com duração de três anos e meio, a que se juntam mais quatro meses para a especialização e aprendizagem na própria fábrica da AMG. Ou seja, são quase quatro anos para aprender a arte…

Mesmo dotando os seus funcionários de todos os conhecimentos exigidos, a AMG continua a efetuar um intenso controlo de qualidade que começa desde logo com o scan de todos os componentes. Além disso, ao longo de toda a fase de conceção os 200 “homens da placa” são apoiados por monitores onde surgem informações sobre cada passo a completar e as progressivas fases do fabrico. Assim, existe a garantia de que nada fica esquecido, com este professor informático a indicar, inclusive, quais as ferramentas a utilizar e a força a imprimir em cada momento. Estes dados são, além disso, registados pela própria AMG, e é possível décadas mais tarde voltar a saber qual a força que foi exercida especificamente em cada parafuso na “casa dos sonhos” de Affalterbach.

 

O conceito de “um homem, um motor” é algo que a AMG leva muito a serio, e se o turno de um funcionário terminar e o bloco em que trabalha não estiver concluído, é colocada uma capa protetora sobre esta peça. Mais incrível é o facto de que, se esse especialista for de férias ou entrar de baixa, o seu motor é sagrado e nenhum colega irá tocar nele até ao seu regresso. Esta é mais uma razão pela qual cada propulsor AMG tem uma orgulhosa placa assinada no topo, confirmando quem foi especificamente o responsável por dar som e potência aos sonhos de condutores em todo o mundo.

Após estar terminada a fase de montagem, o coração dos desportivos da Mercedes passa à fase de testes, onde é submetido a uma análise com o gás Hélio, escolhido pois as suas moléculas são mais pequenas que as do ar. Esta minuciosa monitorização é aliada a uma sessão fotográfica com mais de 100 imagens, onde é confirmado o cumprimento das tolerâncias exigidas a um motor levado ao limite e são ainda procurados pontos fracos no material. Após estar confirmado que tudo está a 100%, é feito um último teste com o bloco da AMG a ser conetado a um motor elétrico, trabalhando cerca de um minuto nas 3000RPM. Caso se confirme que tudo está perfeito, é então colocada a famosa placa com a assinatura do funcionário responsável pela conceção.

 

O “cinturão negro” da AMG

Em todas as profissões existem aqueles que sabem, aqueles que sabem muito e depois a pessoa que pode ser considerada a melhor de todas. Recorrendo à moda iniciada pelo Ministro das Finanças da Alemanha ao referir-se a Mário Centeno, também podemos dizer que existe um Cristiano Ronaldo dos motores da AMG. Trata-se de Michael Kubler, que está capacitado para produzir tanto os V12 fornecidos à Pagani como os V8 naturalmente aspirados dos carros de competição GT3. A demonstração da sua mestria reside no facto de até existirem outros colegas que são capazes de fazer um ou outro destes motores, mas o “Cristiano Ronaldo da AMG” é o único que tem autorização/conhecimento para montar os dois propulsores.

Com uma imensa legião de fãs nas redes sociais, Michael Kubler demora 3 dias a fabricar os motores de competição que a Mercedes utiliza nos GT3. Apesar de ter mais cilindros, para os blocos da Pagani são apenas precisos dois dias, embora neste caso o propulsor tenha parafusos de titânio na admissão. Nunca serão vistos por ninguém (a não ser caso aconteça alguma tremenda tragédia com um dos poderosos desportivos) mas a verdade é que estão lá. Para se perceber a importância deste verdadeiro cinturão negro na arte de fabricar motores, quando ele foi de férias no último mês de agosto… a fábrica da Pagani também fechou portas!

 

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Fonte: Road and Track