Mobieco

Publicidade

A Alma de Lisboa

Texto: Júlio Santos
Data: 29 de Janeiro, 2017

Aqui, tão perto que quase não damos por “ela”, Lisboa. O Tejo e as colinas, a luz, a arquitetura e a história que transborda a cada esquina são apenas alguns dos encantos daquela que é a capital europeia mais recomendada em todos os guias de viagem. E está mesmo aqui. Talvez cada vez menos para nós. Porque não a merecemos. Porque quase não damos por ela.

 

Com o patrocínio

 

SINAIS

Passear de automóvel por Lisboa pode, em geral, não ser a solução mais convidativa.Porém, quando visitamos locais como a Graça ou Alfama, a Baixa Pombalina, o Terreiro do Paço ou Belém, a bordo de um automóvel elétrico (como o Kia Soul EV) que não emite qualquer elemento poluente, então sentimonos muito menos“culpados”.Um final de dia à beira Tejo ganha, sem dúvida, ainda maior beleza

Entrou nos roteiros, permanece na moda. Dizem que é por causa desta luz de final de tarde, da vista a partir do Miradouro das Portas do Sol, da forma como a noite nos envolve numa atmosfera única. Dizem que é pela sensação de a cada esquina termos a sensação de revisitar uma das mais antigas e ricas culturas europeias. Dizem que é pelo feitio boémio, por aquele copo de vinho branco à beira Tejo, pela tranquilidade de uma leitura no topo daquela escadaria para o infinito. Dizem que é por causa desta música cuja letra não entendem mas que parece escorregar pela melancolia das vielas onde o dia está prestes a anunciar-se.

Sem as varinas, mas ainda com o “28 p´ra Graça” que o enxame de “tuk-tuks” não consegue derrotar, sem as canoas no Tejo, mas a Mouraria ainda mais debruçada sobre o rio, Lisboa foi capaz de reinventar-se. Dizem-nos que é a mais bela cidade do mundo.

Porque esta é uma das raras cidades onde, como nos dizem, antes de a vivermos já nos apaixonamos por ela, o primeiro passo é, então, contempla-la; abrir o peito e a alma, apreciar o caprichoso rendilhado dos Jerónimos. Deixar bem cedo a Baixa, molhar os pés no Cais das Colunas, imaginar como seria a vida no Terreiro do Paço quando ali chegavam as caravelas vindas de outros mundos, subir à Sé e continuar para o Castelo. Vaguear por Alfama, encantar-nos com a atmosfera cosmopolita da Expo (a cidade nova), tomar um café de final de dia no Camões, perdermo-nos noite dentro pelo Bairro Alto (agora sem ardinas nem pastéis de bacalhau). Ver nascer o dia no Jardim de São Pedro de Alcântara, antes de descer até ao Cais do Sodré e perceber que a vida já está a chegar à cidade.

Por aqui iriamos sem parar porque é fácil caminhar por Lisboa e em cada recanto anotar este ou aquele sentimento. Porém, o que poderíamos nós acrescentar à cidade cantada/amada por Amália ou Carlos do Carmo? Quem desculparia a presunção de queremos recordar algo que tenha ficado por dizer nos versos de Sophia de Mello Breyner, Fernando Pessoa, Ary dos Santos e tantos outros que nasceram ou se perderam por Lisboa?

Que melhor homenagem podemos, enfim, prestar a Lisboa do que partilhar aqui um conjunto de locais onde o esplendor da cidade nos deixa verdadeiramente sem palavras?

Jardim de São Pedro de Alcântara– Naquela que é a principal “porta” do Bairro Alto, ver chegar a noite de fronte para a mais alta colina de Lisboa é um espetáculo deslumbrante. O melhor é estacionar na Praça dos Restauradores e subir o Elevador da Glória, em si mesmo uma experiência de Lisboa. A partir do Jardim de São Pedro de Alcântara, visite o Bairro Alto e caminhe até ao Jardim do Príncipe Real, onde pode almoçar ou tomar uma cerveja na lindíssima esplanada à sombra de árvores com mais de um século. Os apreciadores da botânica não podem perder o maravilhoso Jardim Botânico, ali a menos de 100 metros.

Academia das Belas Artes – Descendo de novo pela Rua da Escola Politécnica, depois do Largo da Misericórdia, encontra o Largo Camões. Pela esquerda chega ao Chiado. Antes, porém, se seguir pela Rua Ivens chega ao Largo da Academia das Belas Artes. Daqui pode apreciar uma vista lindíssima para a Baixa e para a Praça do Município.

Elevador de Santa Justa – Regresse à Rua Garret, chegue aos antigos Armazéns do Chiado (mesmo em frente) e desça a Rua do Carmo. A meio, à direita, espera-o o Elevador de Santa Justa. Imperdível. Provavelmente a mais bela vista da cidade: à esquerda, as avenidas novas e o Parque Eduardo VII, em frente Alfama e o Castelo, à direita o Tejo até à ponte Sobre o Tejo – Lisboa, “toda”, ali ao alcance de um olhar.

Arco da Rua Augusta – A pé, pela Baixa, chegamos ao Arco da Rua Augusta que nos anuncia o Tejo e o Terreiro do Paço. Hoje o Café Martinho da Arcada recorda-nos que este já foi um dos locais favoritos das elites culturais (era ponto de paragem e inspiração de Fernando Pessoa). Não deixe de subir ao topo do Arco e apreciar a vista sobre o Tejo e sobre a Praça dominada pela magnífica estátua de D. José.

Miradouro das Portas do Sol – Pela Rua da Alfandega, deixando o Tejo à direita, encontrará a Casa dos Bicos sede da Fundação José Saramago. É tempo de se embrenhar naquele que é um dos bairros mais característicos da cidade: Alfama. Por entre ruas estreitas, pequenas esplanadas, roupa estendida e rádio no máximo, chega à Sé de Lisboa. Continue pela Rua do Limoeiro até ao Miradouro das Portas do Sol, debruçado sobre Alfama. Lisboa é realmente a mais bela cidade do Mundo.

Castelo de São Jorge – Descendo alguns metros e virando à direita pela Travessa do Funil chegamos ao topo da mais alta das sete colinas de Lisboa, “feito” assinalado pelo Castelo de São Jorge. Ao longo de séculos a fortificação deteriorou-se grandemente e em meados dos anos 40 do séc. XX pouco mais era do que uma ruina. Foi nessa altura que se iniciaram obras que emprestaram ao castelo de São Jorge a imagem e o prestígio que merece e tem hoje.

Miradouro da Graça – Suba a Caçada da Graça, cruze-se com o “28” e antes de chegar ao lindíssimo Convento detenha-se, ali a menos de 100 metros, no Miradouro da Graça que, na verdade, detém o nome oficial de Sophia de Mello Breyner Andressen, numa merecida homenagem àquela que é um dos maiores vultos da cultura portuguesa. Na lateral do Convento, preveja uma paragem para uma retemperadora cerveja, com a Baixa em fundo.

Miradouro da Senhora do Monte – Descendo desde o Convento, pela rua do Largo da Graça e virando à esquerda pela Damasceno Monteiro, alcançamos o Miradouro da Senhora do Monte, que tem para nos oferecer um inesquecível pôr-do-sol. As ruas lá em baixo, traçadas a régua e esquadro, os telhados vermelhos e o casario branco ganham, a esta hora, uma beleza especial.

Miradouro do Jardim do Torel – Descendo na direção da Av. Almirante de Reis e subido pela Rua Nova do Desterro chegamos ao Campo dos Mártires da Pátria.  Siga, depois, pela Rua Júlio de Andrade e chega ao Miradouro do Jardim do Torel. Ao extenso relvado que convida a preguiçar pelo fim da tarde, junta-se uma esplanada magnífica. Uma das melhores vistas sobre a Baixa que alcançamos depois de descermos, ali ao lado, a Calçada do Lavra, com o emblemático elevador.

Parque Eduardo VII – Não sendo exatamente um miradouro, o topo do Parque Eduardo VII é, igualmente, local de excelência para desfrutarmos do final de tarde em Lisboa. Para percebermos o porquê de o Tejo ter inspirado sucessivas gerações de poetas. A razão porque aqueles que nos visitam em navios de cruzeiro garantem que não há porto mais belo do que Lisboa.

 

De elétrico, pois claro! – Kia Soul EV

O aumento da capacidade das baterias deu novo sentido à mobilidade elétrica. Às voltas por Lisboa, o Kia Soul EV, desfez todas as dúvidas. Deixámos o escritório, em Linda-a-Velha, seguimos até Alcântara e continuamos para o Cais do Sodré e Terreiro do Paço. Após algumas paragens, seguimos pela Baixa, através da Sé, até ao Miradouro das Portas do Sol. Sempre a subir, pára-arranca, vai à frente, vem atrás, à procura de um cantinho para estacionar – que jeito dá a camara de visão traseira! Atrás do “28”, chegámos à Graça. Paragens aqui e ali, visita ao Castelo, descida pela Almirante Reis, Campo dos Mártires da Pátria e Parque Eduardo VII. O calor a não permitir dispensar o ar condicionado e um trajeto que faz jus às colinas de Lisboa.E faz temer pela bateria!

Pela primeira vez, ao descer a Av. Da Liberdade, lá conseguimos regenerar alguma energia, “tarefa” em que o sistema elétrico do Kia Soul EV revela grande competência. Relaxamos um pouco, até porque o ambiente a bordo a isso convida. Chegamos ao Jardim de São Pedro de Alcântara. Caos: vem à frente, vai atrás, estacionamento… só lá em baixo. Mais alguns quilómetros.

O final de dia está de tal forma que, para o compromisso em Cascais, preferimos a Marginal. Portugal é lindo! Para casa, em Sintra, escolhemos a A16, mesmo sabendo que é na autoestrada que a bateria mais se “queixa”. No dia seguinte, de novo a caminho do escritório, pela CREL, o ritmo é o mesmo de sempre; nada de nos “sacrificarmos” ao carro. Até porque, à chegada, ao cabo de 127 km, a autonomia indicada é ainda, de 58 km (a Kia anuncia para o Soul EV uma autonomia total de 212 km e não é demais salientar que o nosso trajeto não podia ser mais penalizador para a bateria)

Respeitar a alma (Soul), da mais bela cidade do mundo, num veículo que nos oferece conforto e espaço para a família, sem emitir um só grama de CO2 é algo que faz todo o sentido. Se Lisboa é uma cidade com um passado encantador o seu futuro é ainda mais belo com automóveis que nos oferecem todas as garantias de preservar este espaço que amamos. E por falar em garantias também é reconfortante saber que, mesmo para este elétrico (que não é da Carris) a Kia continua a oferecer os tranquilizadores sete anos de garantia.

IMPERDÍVEL

O dia pode, até começar na praia improvisada no Cais das Colunas, ali no Terreiro do Paço. Pode, mesmo, terminar no Miradouro da Graça (Sophia de Mello Breyner Andressen), com uma passagem pelo Jardim do Príncipe Real.

Mas em caso algum deverá deixar Lisboa sem uma revigorante paragem na centenária Fábrica dos Pastéis de  Belém

CONSELHO DE VIAGEM

Com a inauguração do primeiro Corredor de Carregamento Rápido passa a ser possível deslocarmo-nos desde o Porto ou do Algarve até Lisboa a bordo de um automóvel elétrico. De qualquer das maneiras, é fundamental conhecer a localização exata dos diferentes pontos de carregamento e, claro, prever o tempo necessário para a operação que, em geral, é ao redor de meia hora para cada carga com autonomia média de 160-180 km. Claro que deve adequar a velocidade à autonomia específica do seu carro e aproveitar ao máximo a capacidade de regeneração de energia (travagem e desaceleração). Além disso deve, também, levar em conta a possibilidade de ter que esperar a sua vez para proceder ao carregamento.

Em geral os postos são mais solicitados pela manhã.

CARREGAMENTO ELÉTRICO RÁPIDO

Porto-Algarve

  1. AS Pombal (24h) A1, Km 166.7
  2. AS Aveiras (24h) A1, Km 44
  3. AS Oeiras (24h) A5, Km 9,6
  4. AS Palmela (24h) A2, Km 31,2 (1)
  5. AS Alcácer (24h) A2, Km 68 (2)
  6. AS Aljustrel (24h) A2, Km 148
  7. AS Loulé (24h) A22 Km

1) Apenas no sentido Norte- Sul

2) Apenas sentido Sul-Norte