O Concept C introduz pela primeira vez numa proposta da Audi uma capota rígida retrátil composta por dois painéis que se integram no desenho monolítico do carro. As novas assinaturas luminosas ultraminimalistas — apenas quatro elementos horizontais em cada ótica — reforçam o caráter depurado do modelo.
A Audi revelou em Milão o Concept C, um roadster elétrico que inaugura a nova linguagem de design da marca. Com linhas puras, grelha vertical inspirada na história e interior minimalista, o modelo estreia na IAA Mobility, em Munique, a 9 de setembro de 2025.
Interior como um templo zen
No habitáculo, o ambiente é definido por tons claros, superfícies limpas e controlos físicos em alumínio anodizado. A abordagem privilegia a clareza, o conforto sensorial e a sensação tátil de qualidade mecânica, numa atmosfera comparável à de um espaço zen.
A bordo, a tecnologia digital assume um papel discreto através do sistema “Shy Tech”, centrado num ecrã extensível de 10,4 polegadas, que apresenta informação de forma contextual e não intrusiva. A Audi sublinha que o objetivo é oferecer uma experiência mais equilibrada face ao excesso de estímulos digitais que domina o quotidiano.
Herança e inspiração histórica
O design exterior recupera elementos icónicos do passado da marca, como a grelha vertical do Auto Union Typ C de 1936, reinterpretada no conceito Audi Rosemeyer (2000) e presente também no Audi A6 de 2004. O Concept C posiciona-se como sucessor espiritual do Audi TT (1998), celebrando a pureza geométrica e a clareza formal que definiram a identidade da Audi desde os anos 1990.
Segundo o diretor criativo Massimo Frascella, “a simplicidade radical está no centro de tudo o que fazemos. Alcançamos clareza reduzindo tudo ao essencial”. O CEO Gernot Döllner reforça que a nova filosofia não se limita ao design automóvel, mas será igualmente aplicada à própria estrutura organizacional da empresa: “A clareza é uma postura e a bússola que guiará a Audi para o futuro.”
Um regresso às raízes do design alemão
O Concept C insere-se na tradição alemã de design racionalista e funcional, influenciada pela Bauhaus, por mestres como Dieter Rams ou Otl Aicher, e já reinterpretada pela Audi em modelos marcantes como o Avus quattro (1991) ou o próprio TT. Agora, com a transição para a mobilidade elétrica e a concorrência crescente no setor premium, a marca de Ingolstadt procura distinguir-se com uma estética intemporal, reduzida ao essencial e alinhada com as novas expectativas de consumidores globais.