Encher os pneus do carro com nitrogénio tem vantagens?

Manter a pressão correta dos pneus é fundamental para a estabilidade, segurança e eficiência de qualquer veículo, uma vez que os pneus, são o único ponto de contacto entre o carro e a estrada e desempenham um papel determinante na travagem, aderência e comportamento em curva.

Nos últimos anos, muitos especialistas em manutenção e reparação de pneumáticos têm recomendado o enchimento com nitrogénio, também conhecido como azoto, como alternativa ao ar atmosférico. Apesar de o ar “normal” já conter cerca de 78% de azoto, a utilização deste gás praticamente puro (cerca de 99%) apresenta vantagens.

Vantagens do uso de azoto em pneus

As moléculas do azoto são ligeiramente maiores que as do oxigénio, o que dificulta a sua passagem através da estrutura microscópica da borracha e permite que a pressão interna do pneu se mantenha mais estável durante mais tempo. Por exemplo, um pneu de camião cheio com ar comum pode perder cerca de 2 PSI de pressão num mês de uso normal, enquanto com azoto a mesma perda só acontece, em média, ao fim de seis meses. Esta estabilidade da pressão beneficia o comportamento do veículo, reduz o desgaste da borracha e da jante, minimiza a oxidação interna provocada pelo oxigénio e pode aumentar a vida útil do pneu até 30%. Além disso, a manutenção de uma pressão correta contribui para reduzir a resistência ao rolamento e, consequentemente, o consumo de combustível. Outra vantagem é que o azoto é menos sensível a variações de temperatura, algo especialmente relevante em condução prolongada, transporte pesado ou competição, motivo pelo qual é amplamente utilizado pelas equipas de Fórmula 1, aviões e veículos pesados.

Custo do enchimento com nitrogénio

O custo do enchimento com azoto varia consoante o tipo de roda e jante, o tipo de veículo e as dimensões e especificações do pneu, mas situa-se, em média, entre 5 e 10 euros por pneu para jantes de tamanho comum. Importa, no entanto, salientar que, mesmo utilizando azoto, é essencial verificar a pressão regularmente, idealmente uma vez por mês, já que podem ocorrer perdas por válvulas ou danos no pneu.

Quanto à segurança, o nitrogénio é um gás inerte, ou seja, não inflamável nem explosivo. Algumas confusões surgem porque determinados compostos químicos derivados do azoto, como a nitroglicerina, são explosivos, mas isso não tem qualquer relação com o gás utilizado para encher pneus.

No final de contas, para a maioria dos condutores que fazem uma utilização normal do veículo e verificam a pressão com frequência, o ar atmosférico é suficiente. No entanto, para quem procura maior estabilidade, durabilidade e segurança, especialmente em veículos de uso intensivo ou em condições extremas, o azoto pode ser uma opção vantajosa.