DS Nº 8 acrescenta dinâmica e amplia o conforto

O DS Nº8 eleva a marca francesa a um novo patamar ao adicionar ao luxo e exclusividade uma dose de tecnologia que melhora a dinâmica e o bem-estar a bordo, características que nos surpreenderam tanto quanto o preço, a partir de 59 000€. Chega em setembro

O novo DS Nº8, que chega a Portugal em setembro, permite à marca francesa reclamar maiores ambições porque às características que têm figurado no topo das prioridades da DS acrescenta tecnologia e, principalmente, níveis de conforto pouco habituais.

Com 4,8 metros de comprimento, o DS Nº8 utiliza a plataforma de outros modelos da Stellantis, como o Peugeot 3008 ou o Citroen C5 Aircross, o que explica o posicionamento SUV que está longe de ser evidente. O perfil coupé, com o tejadilho a descer para a traseira, confere à carroçaria uma aparência muito dinâmica, enquanto as formas retilíneas, com arestas bem marcadas e, sobretudo, a grelha dianteira (virtual) muito vertical, contribuem para a aparência inconfundível, ao mesmo tempo que determinam a boa eficiência aerodinâmica (Cx 0.24). Os faróis com tecnologia Pixled, as jantes que podem chegar às 21 polegadas, o enorme óculo traseiro, os puxadores embutidos e a pintura em duas tonalidades (opcional) são outros elementos que determinam o visual do novo DS Nº8.

Conforto em destaque

O mesmo acontece com o grande tejadilho panorâmico que consegue filtrar de forma eficaz a transmissão do calor ao habitáculo e que contribui para a sensação de bem-estar. A luz em abundância tem, também, o mérito de sublinhar a decoração cuidada e a qualidade da generalidade dos materiais: o tablier, o volante, os assentos e os forros das portas podem estar revestidos a pele sintética ou autêntica, com ou sem o complemento de Alcantara, mas, ainda assim, em localizações secundárias, como a zona inferior dos painéis das portas e da consola central, ou o porta-luvas, subsistem plásticos de qualidade inferior.

O espaço amplo é um argumento importante (a capacidade da bagageira chega aos 620 litros), o que não admira se tivermos presente que o DS Nº8 é três centímetros mais comprido que o Peugeot 5008, por exemplo, o que contribui para o conforto. Embora demasiado curtos (sem apoio ao nível das pernas) os bancos suportam bem o corpo mas destacam-se, principalmente, pelo facto de oferecem funções de massagem, ventilação e aquecimento, com os dianteiros a acrescentarem a função Neckwarmer, um sistema que injeta ar quente ao nível do pescoço, aumentando a sensação de conforto.

O tablier de linhas direitas e com aplicações a imitar alumínio é dominado pelo ecrã de 16 polegadas que serve o sistema de infoentretenimento, bem como funcionalidades de segurança e apoio à condução. Totalmente digital e configurável, também, o ecrã de 12,5 polegadas em frente ao condutor fornece as informações de condução, algumas das quais podem ser projetadas no para-brisas (head-up display). A posição de condução é sempre algo alta e a visibilidade traseira bastante deficiente (devido à grande inclinação do pilar) situação que o espelho retrovisor virtual (uma camara) resolve parcialmente.

Dinâmica convincente

Embora utilize a base mecânica já conhecida de diversos modelos da Stellantis o DS Nº8 marca a diferença com a utilização da suspensão Active Scan. Uma camara instalada na frente faz a leitura do piso na frente e o sistema antecipa instantaneamente o amortecimento, em função do piso, de modo a garantir sempre os mais elevados níveis de conforto. Papel importante tem, também, a insonorização, graças à utilização de vidros duplos, característica que testemunha a grande solidez do chassis.

A distância entre-eixos de 2,9 metros é a maior possível nesta plataforma mas em momento algum o benefício em termos de espaço interior coloca em causa a dinâmica que é sempre muito equilibrada, com uma boa agilidade, destacando-se a direção que transmite de forma conveniente as sensações de condução e é leve nas manobras de baixa velocidade. A correta “arrumação” do peso entre os dois eixos revela-se determinante.

Ao contrário de outros modelos do grupo o DS Nº8 apenas está disponível com versões BEV, opção que, segundos nos explicaram, tem a ver com a ambição de se assumir como marca de luxo 100% elétrica. Na base da oferta está disponível uma versão de tração dianteira, com um motor de 230 cv alimentado por uma bateria com 73,7 kWh de capacidade (útil) que anuncia 550 km de autonomia a que se segue uma proposta com a mesma configuração mas com 245 cv que recorre a uma bateria com 97,2 kWh cujo alcance anunciado é de 750 km. Para fazer face a condições de tração mais exigentes (neve, por exemplo) o DS Nº pode ser adquirido com tração integral que adiciona um segundo motor elétrico na traseira (a potência total é de 350 cv) que, para favorecer os consumos, só funciona quando desejamos a máxima tração ou potência. Só está disponível com a bateria de maior capacidade, sendo a autonomia de 688 km. Ainda a respeito desta bateria (fabricada pela Stellantis), com química à base de Níquel, Manganês e Cobalto, pode receber cargas de até 160 kW, precisando, neste caso, de 10 minutos para receber energia que lhe permite percorrer 200 km. Mais demorados são os carregamentos numa wallbox doméstica porque o carregador de bordo não vai além dos 11 kW.

O DS Nº8 já pode ser encomendado e está disponível com os níveis de equipamento Pallas e Etoile, a que se junta o exclusivo Jules Verne. O preço começa nos 59 000 € para versão de 230 cv e 64 500 € para a Long Range de 245 cv.