Ford exige retorno ao escritório quatro dias por semana

A Ford Motor Company está a convocar os seus trabalhadores para voltarem ao escritório quatro dias por semana.

«Muitos dos nossos funcionários já vêm ao escritório três ou mais dias por semana há algum tempo. Acreditamos que trabalhar presencialmente no dia a dia ajudará a acelerar a transformação da Ford numa empresa com maior crescimento, margens mais elevadas, menos cíclica e mais dinâmica», afirmou um porta-voz da Ford, à agência de notícias Reuters.

O porta-voz referiu que a nova política abrange a maioria dos trabalhadores assalariados da empresa a nível global, mas recusou-se a indicar um número concreto. A Ford notificou os colaboradores sobre a política atualizada há duas semanas, a qual entrará em vigor a 1 de Setembro, acrescentou o porta-voz.

Empresas em todo o mundo têm debatido o grau de flexibilidade a conceder aos trabalhadores desde a pandemia de COVID-19 em 2020. Algumas, como a JPMorgan e a Amazon, decidiram exigir o regresso dos colaboradores híbridos ao escritório durante cinco dias por semana.

A rival da Ford, General Motors, enfrentou críticas no final de 2022 ao tentar implementar uma política que exigia o regresso dos funcionários ao escritório três dias por semana. A empresa acabou por recuar na decisão antes de a colocar em prática em 2023.

As fabricantes de automóveis de Detroit têm procurado atrair executivos oriundos de Silicon Valley, habituados a modelos de trabalho mais flexíveis, ao mesmo tempo que implementam políticas mais rigorosas de bónus e assiduidade, com o objectivo de incutir um maior sentido de urgência, numa altura em que competem com gigantes dos veículos eléctricos, como a Tesla e rivais chineses.

Em Fevereiro, a Ford reduziu drasticamente os bónus em ações para muitos dos seus gestores de nível intermédio, numa medida que a empresa afirmou ter como objectivo incentivar a melhoria de desempenho. No ano passado, a GM alterou o seu sistema de avaliação de desempenho dos colaboradores para um modelo que coloca maior pressão sobre os funcionários com desempenhos abaixo do esperado, exigindo que melhorem ou abandonem a empresa.

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