Conduzir não se resume a dominar o volante. Pequenos detalhes, como deixar uma toalha ou um casaco na chapeleira do carro, podem transformar-se em motivo de contraordenação. De acordo com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), muitos condutores desconhecem que hábitos aparentemente inofensivos podem resultar em multas e até na imobilização do veículo.
Deixar toalhas, casacos ou outros objetos soltos no carro pode sair caro. A lei exige que o condutor mantenha o campo de visão desobstruído e multas entre 60 e 300 euros podem ser aplicadas. Além da penalização, estes objetos representam riscos acrescidos em caso de acidente.
O Código da Estrada estabelece que o condutor deve manter um campo de visão desobstruído, permitindo observar claramente a via num raio mínimo de 50 metros. Se roupas, toalhas ou outros objetos dificultarem a visibilidade pelo espelho retrovisor interior, o condutor pode ser multado. As coimas variam entre 60 e 300 euros, dependendo do grau de obstrução, e em casos mais graves o agente pode mesmo ordenar a imobilização do veículo até que a situação seja corrigida.
Risco acrescido em caso de acidente
Para além da questão monetária, transportar objetos soltos representa também um perigo para os ocupantes do carro. Em caso de travagem brusca, esses itens podem transformar-se em projéteis e provocar ferimentos. Por isso, especialistas em segurança rodoviária recomendam que tudo o que não esteja a ser utilizado seja guardado no porta-bagagens ou em bolsas organizadoras fixas.
O que diz a lei
Embora o Código da Estrada não mencione diretamente roupas ou toalhas, o artigo 11.º estipula que o condutor deve assegurar, antes e durante a marcha, que o veículo se encontra em condições de circular em segurança. Isto inclui a obrigação de manter a visibilidade desobstruída, pelo que, mesmo que a obstrução seja ligeira, o agente da autoridade pode levantar um auto de contraordenação. Em alguns casos, pode apenas aconselhar a remoção imediata dos objetos, mas em situações de reincidência a multa é quase inevitável.
Cuidados simples para evitar problemas
A ANSR tem vindo a reforçar campanhas de sensibilização que alertam para riscos além do uso do telemóvel ou da falta de cinto de segurança, chamando a atenção para os objetos soltos no interior do carro como um risco silencioso e frequentemente subestimado. Entre os exemplos mais comuns contam-se sacos de ginásio, casacos volumosos, cobertores ou peluches em carros familiares. A melhor forma de evitar problemas é simples: guardar sempre no porta-bagagens tudo o que não está a ser utilizado. Assim, garante-se uma viagem mais segura e evita-se pagar caro por algo aparentemente banal.