Tesla testa Condução Autónoma Total (Supervisionada) na Europa

A Tesla está atualmente a testar o seu sistema de Condução Autónoma Total (FSD – Full Self-Driving, na sigla em inglês) supervisionada em território europeu, com o objetivo de o lançar brevemente para os clientes da região.

Após demonstrar as capacidades do FSD nas ruas de Amesterdão, nos Países Baixos, a Tesla divulgou um novo vídeo, desta vez enfrentando um dos cenários urbanos mais exigentes da Europa: a rotunda do Arco do Triunfo, em Paris — também conhecida como Place de l’Étoile.

Com 12 avenidas a convergirem no mesmo ponto e um tráfego notóriamente intenso, esta rotunda é considerada uma das mais complexas da Europa, desafiando até os condutores mais experientes. No novo vídeo, é possível observar como o sistema de Condução Autónoma Total (Supervisionada) lida com esta situação real, respondendo com segurança a automóveis e motas em movimento, circulando de forma fluida, tendo em conta outros utilizadores da via e garantindo uma experiência confortável para os passageiros.

As imagens foram captadas a bordo de um Tesla Model 3 de produção, equipado com o mesmo hardware dos veículos atualmente entregues aos clientes. A única diferença é o software, que corresponde a uma versão de desenvolvimento em fase de testes.

Atualmente, todos os veículos Tesla vêm equipados de série com o sistema Autopilot. O fabricante norte-americano diz que no futuro, todos os modelos da marca — incluindo o Model S, Model 3, Model X e Model Y — terão acesso à Condução Autónoma Total sem necessidade de supervisão, graças a atualizações de software que introduzem gradualmente novas funcionalidades de assistência.

Ao contrário da concorrência, que utiliza as tecnologias de radar e lidar, a abordagem da Tesla à condução autónoma assenta numa arquitetura baseada exclusivamente em câmaras, suportada por redes neuronais de ponta a ponta, treinadas com milhares de milhões de situações reais. Ao prescindir de sensores dispendiosos e mapas de alta definição, a Tesla afirma que consegue escalar esta tecnologia de forma segura em diversos ambientes. Tal como os humanos guiam-se pela visão e pelo cérebro, o sistema FSD baseia-se na imagem captada por câmaras e num processamento avançado — uma combinação que reduz os custos para o utilizador e acelera a evolução do sistema.

O sistema FSD é treinado com milhares de milhões de quilómetros de dados reais, recolhidos da frota global de mais de 7 milhões de veículos Tesla. Um condutor humano percorre, em média, 800 mil quilómetros em 50 anos. A frota da Tesla percorre essa distância a cada 3,5 minutos. Esta escala permite ao sistema reagir com segurança até às situações mais invulgares. Até à data, a frota já percorreu mais de 5.790 milhões de quilómetros com FSD — inicialmente em fase Beta e, mais recentemente, em modo supervisionado. Só em 2024, foram registados 3.480 milhões de quilómetros.

Os dados reais demonstram que a tecnologia da Tesla contribui para uma condução mais segura: no primeiro trimestre de 2025. Segundo dados recolhidos nos EUA, a marca adianta que os condutores que utilizaram o Autopilot tiveram uma probabilidade dez vezes menor de estarem envolvidos num acidente, em comparação com a média geral dos condutores.

A Tesla está neste momento a colaborar com as autoridades reguladoras para obter aprovação na Europa para o sistema de Condução Autónoma Total (Supervisionada), com o objetivo de disponibilizá-lo o mais rapidamente possível tanto para veículos já existentes como para novos modelos. O FSD supervisionado já está ativo nos EUA, Canadá, México e China.