O novo Monceau eSL preserva a estética vintage dos anos 70 e 80, acrescentando tecnologia elétrica de ponta, desempenho entusiasmante e zero emissões. Cada exemplar é vendido a partir de 229 000 euros (sem impostos e sem veículo doador) e resulta de uma reconstrução completa, com restauro integral da carroçaria e instalação da transmissão elétrica exclusiva desenvolvida pela empresa.
A startup belga Monceau Automobiles eletrificou um dos roadsters mais icónicos da história automóvel: o Mercedes-Benz R107.
O modelo está equipado com uma bateria padrão de iões de lítio refrigerada a líquido com 52,3 kWh, sendo possível optar por uma versão de 56 kWh. A potência máxima atinge 147 kW (200 BHP), com 600 Nm de binário, transmissão direta, diferencial de 3,92 e tração traseira. Suporta carregamento até 22 kW em corrente alternada e 80 kW em corrente contínua via CCS rápido. Pesa cerca de 1.595 kg, acelera dos 0 aos 100 km/h em 7,5 segundos, atinge 170 km/h de velocidade máxima e tem uma autonomia estimada entre 280 e 320 km.
Para dar vida a esta transformação, a Monceau reúne especialistas em clássicos, carroçaria, baterias, engenharia elétrica e software, garantindo que todo o processo de restauro e conversão é feito internamente. «Somos especializados em converter Mercedes clássicos em carros 100% elétricos», explica Roel Pollen, cofundador e diretor administrativo. Além da revisão mecânica completa, a equipa restaura chassis e carroçarias ao nível de fábrica, desde a soldagem até à pintura final.
O trabalho da Monceau vai muito além da mecânica. A empresa gere grandes volumes de dados técnicos e colabora com fornecedores na Suíça, Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Estados Unidos, o que exige ferramentas digitais avançadas de conceção e gestão de informação. «Temos tido muita dificuldade em reunir todas essas informações num único local», refere Alizé De Vroey, gestora de projetos. A parceria com a Dassault Systèmes tem permitido ultrapassar este desafio, assegurando eficiência e colaboração entre equipas multidisciplinares.
Um clássico reinventado
O Mercedes-Benz R107 foi lançado em 1971 e permaneceu em produção durante 18 anos, até 1989, tornando-se o SL mais longevo da marca até ser superado apenas pelo G-Wagen. Símbolo de modernidade e elegância, conquistou sobretudo os Estados Unidos, onde se afirmou como um automóvel de culto.
Glamour e cultura pop
O modelo foi conduzido por figuras como David Bowie, Bruce Lee e Steve Jobs e destacou-se também no cinema e na televisão, em séries e filmes como Dallas, Magnum P.I. e Beverly Hills Cop.
O R107 foi igualmente pioneiro em segurança: foi o primeiro descapotável com barra de proteção integrada no pilar A e para-brisas, dispensando a barra Targa para cumprir os rigorosos testes norte-americanos. Aliado às zonas de deformação desenvolvidas por Béla Barényi, tornou-se o único descapotável de duas portas legalmente vendido nos EUA durante anos.
O legado de Friedrich Geiger
Assinado por Friedrich Geiger, designer do 300 SL Gullwing, do Pagoda e do 540K, o R107 cimentou o seu lugar na história automóvel. Com o Monceau eSL, esse legado renasce em pleno século XXI, agora com energia elétrica, sustentabilidade e o mesmo charme intemporal.