A Chery, que em novembro chega a Portugal com as marcas Omoda e Jaecoo, acaba de apresentar o protótipo de uma bateria de estado sólido com 600 Wh/kg de densidade energética, praticamente o dobro das melhores baterias atuais.
A chinesa Chery assume a liderança na corrida às baterias de estado sólido ao anunciar o desenvolvimento de um protótipo com uma densidade energética recorde de 600 Wh/kg, capaz de permitir uma autonomia de 1300 km
A Chery, que em novembro chega a Portugal com as marcas Omoda e Jaecoo, acaba de apresentar o protótipo de uma bateria de estado sólido com 600 Wh/kg de densidade energética, praticamente o dobro das melhores baterias atuais.
Na edição deste ano da Conferência Mundial de tecnologia que a Chery organizou na cidade de Wuhu, o maior exportador de automóveis da China revelou um conjunto importante de inovações, mas o destaque coube àquela que passa a ser a bateria de estado sólido mais avançada do mundo.
Segundo foi revelado, a principal razão para os avanços registados prende-se com a utilização de um eletrólito sólido polimerizado, combinado com um cátodo em manganês enriquecido e lítio, uma combinação que melhora a estabilidade térmica.
Ainda de acordo com as poucas informações disponibilizadas, o referido protótipo foi sujeito aos mais exigentes testes de segurança (temperatura, choque e perfuração) tendo obtido resultados convincentes.
Segundo a Chery, esta bateria poderá permitir uma autonomia em condições reais de até 1300 km, graças à elevada densidade energética que mais do que duplica os valores das baterias à base de níquel/cobalto/alumínio utilizadas pela Tesla (200 a 260 Wh/kg).
Além das questões relacionadas com a segurança que a Chery diz ter resolvido, o desafio seguinte consiste em baixar os custos de produção que face às tecnologias atuais são cerca de 2,8 vezes superiores.

Em entrevista à Turbo, na China, Charlie Zhang, vice-presidente da Chery responsável pelos mercados internacionais, sublinhou a importância destes avanços, reafirmando que o grupo que agora chega a Portugal com as marcas Omoda e Jaecoo tem como grande objetivo liderar a tecnologias das baterias de estado sólido.
Em entrevista à Turbo, na China, Charlie Zhang, vice-presidente da Chery responsável pelos mercados internacionais, sublinhou a importância destes avanços, reafirmando que o grupo que agora chega a Portugal com as marcas Omoda e Jaecoo tem como grande objetivo liderar a tecnologias das baterias de estado sólido.
“Estamos a trabalhar muito para isso” – referiu. “As questões relacionadas com a química ou com a produção são já muito claras para nós. Aquilo em que agora estamos focados é na durabilidade e na confiabilidade, além da necessidade de conter os custos. A tecnologia está pronta e nós acreditamos muito nela”.
A Chery planeia ter os primeiros automóveis equipados com baterias de estado sólido em 2027, devendo o lançamento na Europa ocorrer dois anos depois, de acordo com fontes da empresa.
Paralelamente ao anúncio da bateria de estado sólido, a Chery revelou uma nova geração de baterias “convencionais” designada de Kunpeng, com capacidades variáveis e com possibilidade de em cinco minutos receberem energia suficiente para percorrer até 400 km.
A forte ofensiva da Chery coincide com o vertiginoso crescimento daquele que é consecutivamente, desde há 23 anos, o maior exportador de automóveis da China. Até setembro deste ano, por exemplo, a Chery vendeu no exterior quase 138 mil automóveis, um crescimento de 26% face ao mesmo período do ano passado.
De referir ainda que a Chery é uma das empresas a nível mundial que mais investe em Investigação e Desenvolvimento, tendo apresentado, também nesta Conferência Mundial de Tecnologia, a sétima geração do seu sistema híbrido.
Este combina um motor de 1,5 litros Turbo a gasolina que reclama níveis de eficiência recorde (48%) com um sistema elétrico que inclui aquela que é a primeira transmissão elétrica de três velocidades, associado a uma bateria com 34,5 kWh de capacidade.
O resultado é uma autonomia elétrica que chega aos 145 km, e cerca de 2000 km de autonomia combinada, graças a um consumo de gasolina de 3.0 litros.
Este sistema equipará, entre outros, o modelo Omoda 8, que deve chegar a Portugal em fevereiro.