MERCEDES-BENZ C 250 D CABRIOLET

Texto: Marco António / Fotografia: José Bispo
Data: 22 de Julho, 2017

Depois da berlina, da carrinha e do coupé, o Cabrio fecha o ciclo de renovação de um dos modelos mais importantes da marca alemã que, ao contrário da BMW, se mantém fiel à capota de lona.

Para muitas pessoas, o descapotável perfeito é aquele que mantém o glamour que as capotas de lona dão a este tipo de automóvel, por isso a Mercedes se manteve fiel à tradição. Uma tradição prevista desde que o novo Classe C foi conceptualmente desenhado nas suas múltiplas variantes. Esta é uma das razões porque este cabrio de 4 lugares (2+2) feito com base no coupé e que partilha a plataforma com a berlina e a carrinha, utiliza técnicas de compensação de rigidez diferentes, ao mesmo tempo que usa materiais mais leves para reduzir o peso que, num cabriolet, é mais elevado.

A utilização do alumínio na construção do capot, do guarda lamas e da tampa da mala são exemplo de uma política de emagrecimento rigorosa. Apenas nestas três peças, a Mercedes poupou 125 Kg! Também os reforços estruturais foram concebidos seguindo a mesma dieta, com resultados bem visíveis na redução das vibrações. Durante o nosso ensaio fizemos vários testes em empedrado e verificámos que o C cabriolet não abana o para-brisas, nem sequer sentimos quaisquer vibrações na coluna de direção (um clássico neste tipo de viaturas) enquanto os bancos da frente apenas trepidam um pouco, um sintoma apenas sentido em situações extremas, muito por mérito da suspensão pneumática Airmatic. Mas se a redução das vibrações é importante, proteger o habitáculo de correntes de ar ou turbilhões também é. Nesta matéria, o trabalho realizado não podia ser melhor e se até quase aos 100 Km/h os passageiros da frente podem baixar os vidros todos sem serem incomodados pelo vento, a partir daí basta subi-los usando apenas uma tecla.

Só a partir dos 140 Km/h é que começamos a sentir algum desconforto e a ter de escolher uma de três soluções: usar a rede tradicional eliminando os lugares traseiros, o Aircap que é uma opção formada por um defletor que se eleva no topo do para-brisas e uma proteção que se coloca entre os encostos de cabeça atrás, ou então voltar a subir a capota. Disponível em quatro cores (preto, vermelho, azul e castanho) tem um isolamento acústico surpreendente devido à sua construção multicamada. Com o óculo traseiro em vidro, os vidros laterais encaixam tão bem na sua estrutura que a Mercedes se dá ao luxo de reivindicar um Cx de 0,28. Um valor brilhante que faz inveja a muitos coupés!

Simples é também a forma como a capota se movimenta, bastando puxar o botão colocado na consola para em apenas 19 segundos ela ficar recolhida no interior da mala, reduzindo a sua capacidade de 360 litros para 285 litros. Como acontece com todos os concorrentes, a capota pode ser manipulada com o carro em andamento até aos 50 Km/h. A qualidade geral está ao nível dos restantes Classe C e a sua habitabilidade acomoda confortavelmente quatro passageiros, com os da retaguarda a terem o acesso facilitado pelo deslizamento longitudinal dos bancos da frente. No caso da versão ensaiada a linha de design da AMG e algumas inserções em carbono davam-lhe um toque mais desportivo, a par de outras caraterísticas como uma posição de condução bastante boa e fácil de encontrar usando os múltiplos botões de regulação elétrica.

 

VÁRIAS PERSONALIDADES

As patilhas permitem a utilização manual da caixa automática de 9 velocidades. A possibilidade de passarmos manualmente as relações de caixa e a utilização do modo Sport + selecionando no botão Dynamic é a combinação perfeita para tornarmos o “velho” motor de 2143 cc de 204 CV num pseudo desportivo graças à grande disponibilidade de binário que atinge os 500 Nm bem cedo (1600 rpm). E se pensa que por esticarmos mais o motor usando esta combinação de fatores eles consome muito, está enganado. Nada que um motor mais pequeno a gasolina não alcance 7/8 l/100 Km. Além do modo Sport+ é possível escolher outros modos: Eco, Comfort e Sport.

Qualquer um deles altera a resposta do motor, direção, caixa e a suspensão que, sendo pneumática, tem qualidades que bem merecem os 1219 euros. No modo Comfort o seu desempenho é tão bom que quase não damos pelos pisos mais irregulares, exceto quando apanhamos buracos grandes, um pouco por culpa das jantes de 19” e dos pneus de baixíssimo perfil. Parte da garra desportiva do C 250d vem da caixa de velocidades e da direção “Diret Steer”, que interpreta muito bem as trajetórias fazendo com que a atitude geral deste novo Cabrio da Mercedes seja mais neutra ou ligeiramente sobreviradora quando adormecemos o ESP (este nunca se desliga totalmente). Quando forçamos o andamento é natural sentirmos algumas torções que geram reações em curva muito diferentes do coupé. Mas o melhor de tudo é disfrutar a sensação de liberdade escolhendo o céu como limite ou apreciar a excelente insonorização da capota. Não sendo muito barato, ele custa quase 7 mil euros a mais do que a versão coupé.

VEREDITO

Fiel à tradição, o novo Mercedes C 250d Cabrio manteve a capota de lona. Com poucos pontos fracos e muitos pontos fortes, o novo cabrio alemão é uma das melhores propostas do género. O motor é competente e a caixa automática de 9 velocidades tem bom desempenho.

 

Ensaio publicado na Revista Turbo 422, de novembro de 2016

 

Esta metodologia não foi aplicada neste ensaio. Todo o texto encontra-se no capítulo inicial

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