MINI COOPER D CLUBMAN 2.0

Texto: Ricardo Machado / Fotografia: José Bispo
Data: 4 de Junho, 2017

Se a versão de cinco portas colocou o Mini no radar das frotas, o novo Clubman lança-o diretamente para o olho do furacão. Uma espécie de carrinha, que tem no diesel de 150 CV a motorização mais equilibrada.

Desde a chegada da versão de cinco portas que o Mini ganhou uma imagem mais madura. Mantém alguma da irreverência característica da marca mas, a partir do momento em que os passageiros da fila traseira ganharam acesso direto à rua, deixou de ser o mesmo Mini. Já dá para pensar em família, cadeirinhas de bebé, férias… Acabaram-se as desculpas. O Mini já não é um capricho.

 

Na versão Clubman, com 4,25 metros de comprimento e uma imagem a puxar para a carrinha, tem a versatilidade e o espaço de um compacto “normal”. Seis portas, cinco lugares, 360 litros de bagageira. São estes os números que colocam o Mini Clubman diretamente no radar das frotas. É possível escolher um Mini para carro de serviço desde os 26 500€, sem abdicar da funcionalidade ou ter de manter um segundo carro para as deslocações em família.

MAIS CONFORTO

O Clubman partilha a plataforma UKL com a atual geração, mas beneficia de um acerto de suspensão mais macio. Como os 2,67 metros de distância entre eixos recuam as rodas traseiras, os passageiros da fila posterior não só têm mais algum espaço para as pernas, como deixam de ir sentados em cima do eixo. O túnel central também é mais baixo, facilitando as movimentações naquele banco.

 

O Mini One D, com motor de três cilindros e 116 CV, sai mais em conta que as versões mais vendidas de concorrentes diretos como o Opel Astra 1.6 CDTI de 110 CV Innovation (27 470€), Peugeot 308 1.6 Blue HDi 120 Active (26 940€), Renault Mégane dCi 110 GT Line (27 950€) ou VW Golf 1.6 TDI GPS Edition (27 872 €). No entanto, apesar da generosidade do motor de três cilindros, os 116 CV sabem a pouco quando se sai da cidade. Para as viagens e escapadelas de fim-de-semana que o Clubman permite, a motorização mais equilibrada é o diesel de quatro cilindros, dois litros e 150 CV batizado como Cooper D. Mas empurra o preço para os 30 900€, aos quais é sempre preciso adicionar qualquer coisa. No caso do modelo das imagens a fatura sobe para os 38 288€.

 

No modo Sport, a caixa de seis velocidades transmite o toque desportivo que se espera de um Mini. Mais filtrada, a nova suspensão já não leva o Mini aos saltos sobre pisos degradados. Mantém as rodas coladas ao alcatrão em benefício de uma condução mais descontraída. Acutilante, a frente não sente dificuldade em manter a linha, mesmo nas estradas sinuosas. Mesmo ao gosto dos novos clientes Mini.

 

É nas deslocações longas com passageiros e bagagens que o motor de dois litros se destaca. Os 330 Nm de binário, que por serem disponibilizados às 1750 rpm permitem circular em cidade sem o recurso constante à caixa de velocidades, são garantia de ultrapassagens e subidas sem sobressaltos. Rodando o seletor do Mini Driving Mode para a direita ativa-se o modo Green. Neste conseguem-se médias de 3,9 l100 km em estrada. Na autoestrada a média sobe para os 5,5 l/100 km, o que continua a ser perfeitamente aceitável para um carro carregado. Os 7,6 l/100 km registados em circuito urbano fixam a média ponderada nos 6,2 l/100 km, quase dois litros acima dos 4,1 l/100 anunciados.

 

VEREDITO

Sem perder o espírito irreverente, o Clubman assume o posicionamento mais confortável da gama Mini. Com dimensões e habitabilidade de compacto, tem no diesel de 150 CV a escolha acertada para quem faz mais do que as voltas de cidade.

 

Ensaio publicado na Revista Turbo 414, de março de 2016