Dacia Duster 1.5 DCI 4×4

Texto: Marco António / Fotografia: José Bispo
Data: 27 de Agosto, 2017

Com tração integral, o Duster consegue ir onde outros não vão, com a vantagem de ser o mais baratinho deles todos!

A Dacia encontrou a fórmula perfeita para o Duster. Ele consegue ser o SUV com tração às quatro rodas mais barato e também um dos mais competentes quando sai da estrada e se aventura pelos caminhos mais difíceis. É surpreendente a forma como o Dacia Duster se desenvencilha das situações mais embaraçosas.

 

Embora a versão 4×2 seja a mais vendida, vale a pena dar os 2500 euros de diferença para o 4×4 pois as vantagens são enormes e não se resumem apenas às melhores capacidades em todo o terreno. Na estrada, o melhor poder de tração é também uma mais valia que não devemos descurar, ainda que isso penalize um pouco os consumos (não muito). Em resumo, podemos ter um carro familiar bem comportado e um aventureiro nas horas de lazer. O sistema de tração usado permite, no modo auto, bloquear em 2WD. Nessa altura, a gestão encarrega-se de fazer a distribuição do binário quando deteta qualquer falta de tração, por exemplo, quando o piso está mais escorregadio.

Os pneus mistos M+S e a grande altura ao solo tornam-no apto para andar na cidade com grande destreza, enquanto a suspensão, com um curso elevado, digere com grande facilidade os pisos mais degradados, uma caraterística que acaba por transmitir um elevado grau de robustez. O pior é o controlo dos movimentos da carroçaria e a direção pesada, que se resolvem em parte quando escolhemos o modo de tração às quatro rodas. É neste programa que o Duster se agiganta perante concorrentes aparentemente mais dotados.

 

O simples sistema de tração total e os excecionais ângulos de TT, com especial destaque para o ângulo de ataque e de saída, garantem um bom comportamento trialeiro. A distribuição da potência pelos dois eixos faz-se com suavidade, enquanto a possibilidade de se desligar o ESP garante que as rodas continuem a mexer-se, por exemplo, no cruzamento dos eixos.

Outra vantagem desta versão com tração às quatro rodas é o facto da suspensão ser independente à frente e atrás, em vez do eixo de torção que carateriza as outras versões, uma diferença que acaba por otimizar ainda mais o seu desempenho fora de estrada. É também fora de estrada que o motor 1.5 dCi de 110 CV mostra os seus dotes, principalmente porque a caixa manual tem um escalonamento que explora muito bem as capacidades deste pequeno SUV nos pisos mais escorregadios (lama ou areia, por exemplo). A relação muito curta das primeiras três velocidades dá uma super ajuda! Só não beneficiam os consumos que, na cidade, são penalizados por essa opção. Esta é uma das razões porque sentimos demasiado o motor no habitáculo, em especial entre as 1500 e as 2000 rpm.

 

Olhando para o interior verificamos que este tem um bom espaço para cinco pessoas e está bem equipado mas ainda não atingiu uma qualidade de construção elevada. Este é o preço a pagar por ser tão barato. Mesmo assim, o Duster tem melhorado, aproximando-se de concorrentes mais evoluídos nessa matéria, sendo por isso também mais caros. O preço é um dos grandes argumentos da Dacia e o Duster não é exceção. Isso explica em parte o sucesso que este modelo tem tido não só em Portugal como no resto da Europa.

Neste segmento de mercado poucos são os que oferecem tração total e quando o fazem é com motores que inflacionam muito o preço final, o que penaliza não só os custos de utilização como o “value for money”.

VEREDITO

Vale a pena dar mais 2500 euros pela versão de tração integral, que melhora a tração e é mais confortável, uma vez que a suspensão traseira é independente. A qualidade melhorou mas há um caminho a percorrer até chegar aos melhores, sem sacrificar o preço.

Ensaio publicado na Revista Turbo 423, de dezembro de 2016

Esta metodologia não foi aplicada a este ensaio. Todo o texto encontra-se no capítulo inicial.

 
 

Esta metodologia não foi aplicada a este ensaio. Todo o texto encontra-se no capítulo inicial.

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