Audi A6 Allroad 3.0 V6 BiTDI Tiptronic

Texto: Ricardo Machado / Fotografia: José Bispo
Data: 11 de Novembro, 2017

Mais de 300 CV e menos de 6 segundos até aos 100 km/h. Podia ser um desportivo, mas é o renovado A6 Allroad.

Criou o segmento e emprestou o nome a todos os carros normais com proteções plásticas e maior altura ao solo – a forma mais rápida de explicar o que é um VW Polo Cross ou um Skoda Scout é dizer Polo Allroad ou Octavia Allroad. O Audi A6 Allroad transformou-se rapidamente numa referência. Para não perder o estatuto acabou de ser revisto e melhorado.

Revisto na imagem, com novos para-choques, óticas e ponteiras de escape alargadas. Melhorado no motor. Alterações à gestão eletrónica do V6 3.0 BiTDI elevam a potência dos 313 CV para os 320 CV. Ganho modesto para quem já ostenta uma potência específica superior aos 100 CV/l, mas suficiente para retirar um décimo de segundo no arranque até aos 100 km/h e 0,2 litros ao consumo oficial.

Este anuncia 6,5 l/100 km quando na realidade é de 8,1 l/100 km. Um desvio normal e perfeitamente aceitável numa carrinha que pouco deve à aerodinâmica (cx de 0,32), pesa 2030 kg e calça pneus 255/40 em jantes de 20’’ no valor de 2650€.

Como habitualmente, não vale a pena entrar pelo campo dos opcionais que elevam o A6 Allroad até aos 116 680€. O importante é perceber o que se leva com os 92 080€ da versão base. Há uma variante do mesmo V6 com 218 CV por 75 170€ e outra com 272 CV por 85 190€ mas, como seria de esperar, não têm o mesmo encanto.

Um encanto que se expressa por uma sonoridade encorpada, capaz de convencer mesmo o mais desconfiado dos adeptos da gasolina. No modo Sport, este diesel não faz “gla, gla”. Ruge! Em condições normais é difícil quantificar o encanto, mas aqui é fácil: 5,5 segundos para o sprint e 7,1 segundos para recuperar dos 40 aos 120 km/h.

A MELHOR VERSÃO

Por trás da prontidão da resposta está o V6 de três litros com dois turbos sequenciais. O primeiro, de pequenas dimensões, sopra desde os regimes mais baixos enquanto o segundo assume protagonismo a partir das 2500 rpm. Em conjunto criam 650 Nm de binário estável entre as 1400 e as 2800 rpm, o suficiente para impossibilitar a utilização da caixa de dupla embraiagem e sete velocidades. No lugar desta encontra-se a Tiptronic de oito relações.

Os plásticos podem não oferecer mais do que proteção psicológica, mas não enganam. O A6 Allroad é mais do que uma carrinha. Com suspensão pneumática de série pode acrescentar 35mm à altura ao solo sempre que o terreno o exigir. Para obstáculos mais complicados é possível acrescentar 10 mm à altura. Nesse caso, para além do selecionar o modo Allroad, é necessário circular muito devagar.

A meio caminho entre os carros e os SUV, o Allroad tem a vantagem de não ser muito alto. Optando pelo modo Sport cortam-se 15 mm à altura ao solo e o Allroad atinge uma agilidade próxima à da carrinha A6. Movimentos de carroçaria mínimos e tração máxima, com o reconhecido sistema quattro a desviar o binário para as rodas com melhor aderência.

A direção continua a não ser das mais precisas e comunicativas. Um aspeto a rever numa carrinha com o pulmão do A6 Allroad. A excelência da tração convida a explorar os limites e, nestas circunstâncias, as pequenas correções nem sempre são fáceis. Uma situação que se agrava fora do asfalto, onde se navega mais do que se conduz. Pensado para grandes viagens, o A6 Allroad devora quilómetros de autoestrada com a mesma facilidade e elegância com que ignora as raízes que insistem em romper o alcatrão das estradas secundárias. Quatro adultos (há lugar para o quinto, mas…) viajam com todo o conforto e com 565 litros de bagageira para ocupar.

Materiais e acabamentos com a qualidade Audi criam um habitáculo sofisticado que tem no lugar do condutor o expoente máximo. A multiplicidade das regulações para volante, bancos e espelhos permite ajustar a posição de condução e memorizá-la em segundos. Com os comandos à mão o mais difícil é escolher um destino. Nem precisa de haver estrada para lá chegar.

VEREDITO

Não é barato, mas a resposta explosiva do 3.0 BiTDI acaba por justificar o investimento face às versões menos potentes deste V6. O conforto é tão bom no asfalto como fora dele, o que é uma raridade. Tal como a capacidade para TT… ligeiro.

Ensaio publicado na Revista Turbo 405, de junho de 2015

 

Esta metodologia não foi aplicada a este ensaio. Todo o texto encontra-se no capítulo inicial.

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