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Racing: Honda Civic Type-R (Contacto de 2001)

Texto: Júlio Santos
Data: 16 de Março, 2017

Quando a sigla GTi se banalizou a Honda acolheu a designação Type-R. R de Racing, mas também de recomendado.

O elaborado spoiler frontal, as saias laterais e o defletor no portão traseiro perseguem uma maior eficácia aerodinâmica, mas visam, também, aguçar o apetite daqueles para quem um automóvel desportivo não basta parecer… tem de ser. A mesma ideia no interior: predominância da tonalidade negra, aplicações metálicas, mostradores de fundo branco e umas insuspeitas bacquets tipo Recaro que, para lá da forma, têm a função de assegurar um bom suporte ao corpo. Mas o novo Honda Civic Type-R não se fica pelas aparências. E nem sequer se limita a cumprir a tradição do nome: vai mais além. O novo bloco de 2.0 litros com 200CV é brilhante. Graças à combinação da tecnologia i-VTEC com o sistema VCT (Controlo Variável da Admissão), este motor revela uma plena disponibilidade, mesmo nos baixos regimes, disso sendo prova o facto de logo às 3000ROM termos disponíveis cerca de 180Nm de um binário máximo de 196Nm alcançado às 5900RPM.

A função do CVT no Honda Civic Type-R é fazer variar o timing da abertura e fecho das válvulas de admissão em função da carga do motor: até às 5500RPM apenas está aberta uma dessas válvulas, favorecendo-se o binário, enquanto que acima desse regime é aberta a segunda válvula, com vantagem para a potência máxima que é alcançada às 5900RPM. Isto traduz-se por uma plena disponibilidade do motor em todos os regimes, sendo mesmo surpreendente que nas passagens de caixa do Type-R acima das 6000RPM, por exemplo, não se verifique qualquer quebra de rotações. Para isso também contribui o escalonamento curto da nova caixa de seis velocidades, bastante rápida e perfeita no aproveitamento deste motor.

Com 200CV de potência, uma distribuição de pesos ideal entre os dois eixos e um chassis reforçado (barras estabilizadoras de maior secção e amortecedores mais firmes) o Honda Civic Type-R é um verdadeiro regalo para os apreciadores da condução desportiva. A par da evolução na agradabilidade de utilização do motor, uma nota final para o preço bastante competitivo: 6100 contos.

 

Artigo publicado originalmente na Edição nº 242 da Revista Turbo, de novembro de 2001.