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Os números que marcaram a história do automóvel

Texto: Miguel Policarpo
Data: 20 de Fevereiro, 2018

Curiosidades, estatísticas e números. A história do automóvel revista através de dígitos, numa apresentação que vai desde o ano de 1885 a 2030. Entre nesta viagem e descubra pormenores fascinantes.

Há números que são incontornáveis e que marcaram a história do automóvel. Do primeiro veículo feito por Karl Benz em 1885, que introduziu a noção de carro como a conhecemos, ao número médio de emissões de C02 a reduzir para 66g/km até 2030 na Europa, passando pelas 28 milhões de unidades vendidas na China em 2016, fique a conhecer algarismos históricos do mundo automóvel.

37345 (1885)
Karl Benz registou a patente do que designou por “veículo movido por um motor a gás”, tendo as autoridades posteriormente, em 1886, atribuído o número de patente 37435. Tratava-se de uma viatura com três rodas e dois assentos que recorria a um motor de quatro tempos com apenas um ciclindro. A potência? Menos de um cavalo. Estávamos em 1885…
24 (1895)
A meia década de o mundo entrar em 1900, ocorreu a primeira corrida de carros alguma vez documentada. O evento decorreu em França e foi ambicioso: os participantes partiram de Paris em direção a Bordéus e depois voltaram à capital francesa – uma viagem com o total de 1210 quilómetros que demorava cerca de 49 horas a percorrer. O vencedor foi Emile Levassor, a bordo de um Panhard et Levassor que recorria a um motor de dois cilindros da Daimler. A velocidade média foi de 24 km/h.
825 (1909)
Em 1909, o popular Ford Model T tinha o preço base estipulado em 825 dólares (cerca de 668 euros atualmente). A quantia corresponde a 21,381 dólares em 2017 (17,329 euros). As economias de escala permitiram à Ford reduzir o preço, atingindo no período mais baixo os 260 dólares em 1925.
5000 (1913)
Henry Ford, inspirando-se nas cadeias de montagem das fábricas de carne em Chicago, montou a maior linha de montagem da indústria automóvel em 1913. As 5000 partes que compunham o Model T passaram a ser montadas 8 vezes mais rapidamente, aumentando a produção e diminuindo os preços. “Um homem que coloca um parafuso não coloca a porca; o homem que coloca a porca não a aperta”, Sintetizou Ford sobre este modelo de produção.
1372 (1923)
Em 1923 decorreu o primeiro evento da prova 24 Horas de Le Mans, organizado pelo Automobile Club de L’Quest. Uma competição inovadora que culminou com a vitória de um Chenard-Walcker Sport. O automóvel percorreu 2208 quilómetros a uma velocidade média de 92 km/h.
44 (1936)
Depois de construir o primeiro camião de produção a incorporar um motor Diesel, a Mercedes aplicou a tecnologia a um carro de passageiros. O resultado foi o 260D, um bloco de 2.6 litros de quatro cilindros, capaz de debitar 44cv de potência às 3000 rpm. O automóvel estreou no Salão de Berlim na edição desse ano.
12 (1944)
A escassez de combustível durante a Segunda Guerra Mundial obrigou os condutores a procurarem motorizações diferentes das tradicionais. Da mesma forma que hoje em dia o planeta exige alternativas devido aos problemas climáticos, outras necessidades tiveram o mesmo efeito no passado. Em França, 12% dos carros de passageiros e 58% dos camiões registados em janeiro de 1944 utilizavam um gerador de gases a partir da combustão de carvão e de madeira como fonte de propulsão. Estima-se que um camião queimasse cerca de 100kg de madeira para percorrer 100 quilómetros.
12,000 (1955)
A Citroën foi ao Salão de Paris mostrar o DS, uma rutura na filosofia de design (e não só) dos automóveis da epóca. Com um desenho futurista e a suspensão hidráulica que “faz flutuá-lo no ar”, como a marca publicitava, a crítica ao modelo foi favorável. Em cerca de 45 minutos a citroën recebeu 755 reservas e, no final do primeiro dia do evento, o fabricante contabilizava 12,000 pedidos. Durante o Salão de Paris, esse número subiu aos 80,000.
1.4 mil milhões (1962)
A década de 60 foi próspera para os fabricantes de automóveis dos EUA. Em 1962, a General Motors obteve 1.4 mil milhões de dólares, após impostos. Números nunca antes colhidos por uma empresa privada. Em comparação, em 1964 os lucros da GM ultrapassavam o rendimento nacional da Irlanda. Tais montantes explicam-se pelas soluções inovadoras que a marca lançou no mercado.
30 (1964)
Afinal, os sistemas de navegação atuais herdaram noções com mais de 50 anos. Em 1964, a Ford mostrava com o protótipo Aurora um estudo de design que referia um “indicador de posicionamento”. Consistia num mapa em papel com uma miras que automaticamente se ajustavam para apresentar a posição do carro. Apesar de não mostrar direções, facilitava a localização. O pai (ou avô) do GPS.
6.5 (1972)
Associa-se o fator de segurança à Volvo e não e por acaso. Em 1972, o fabricante sueco esboçou a ideia de uma câmera traseira. O protótipo Experimental Safety Car (ESC) utilizou uma versão primitiva da tecnologia atualmente oferecida pela Mitsubishi. O sistema utilizava uma lente Comiscar de 6,5mm incorporada entre os faróis traseiros e uma tela semelhante a um ecrã de televisão na consola central. Apesar de funcionar, os custos de produção e razões estéticas tornaram inviável a inclusão do sistema em modelos de produção.
55 (1974)
O governo americano estabeleceu 55 mph, 89 km/h, como a velocidade máxima de circulação para toda a nação. Esta medida, conhecida por National Maximum Speed Law, surgiu como solução para a falta de combustível causada pela Crise do Petróleo de 1973. Alguns estados adotaram inclusivamente o limite de 50 mph (80 km/h). Em 1987 o limite voltou a subir para as 65 mph (105 km/h), e, 8 anos depois, Bill Clinton revogou a lei.
12,870,000 (1978)
As vendas de automóveis norte-americanos atingiram as 12.87 milhões de unidades em 1978. Um recorde que se mantém ainda hoje, dado que a chegada de outras marcas como a Honda e a Toyota ao mercado dos EUA resultou numa competição feroz.
22 (1982)
Em 1982, as autoridades dos EUA prenderam John DeLorean, fundador da marca homónima. A suspeita era de que o responsável estaria envolvido na venda de 25 kg de cocaína para salvar a empresa. Após 22 semanas de julgamentos, o tribunal absolveu DeLorean de todas as acusações em 1984, mas a marca declarou não resistiu e declarou falência. Ficam para a história menos de 10 mil viaturas da DeLorean.
326.05 (1987)
Começava a febre dos recordes. Em 1986, um Porsche 959 Touring atingiu a velocidade de 314 km/h, estabelecendo uma marca inédita de velocidade de carros de produção homologados para a circulação em estrada. Um ano depois, o Ferrari F40 bateu a barreira das 200 mph (322 km/h), alcançando os 326.05 km/h. Posteriormente, o Jaguar XJ220, o McLaren F1 e o Bugatti Veyron bateram esse recorde do F40.
1,661,738 (1991)
Um número pouco desejável. 1,661,738 viaturas foram furtadas em 1991 nos EUA, de acordo com o Ministério da Justiça. Apesar de esse número ter diminuído ao longo da década de 90, o número voltou a subir desde 2015. Em 2017, 765,484 carros foram roubados nos EUA.
621 (1994)
A Mercedes começava a conceber a condução autónoma. Desde 1986 este era já um conceito que o fabricante germânico procurava explorar, sendo que, em 1994, um veículo autónomo de testes, baseado na geração do W140 do Classe S, percorreu 1000 km em estradas públicas sem a ação de um condutor. A velocidade máxima alcançada foi de 129 km/h e a viatura mudava de faixa e conseguia ultrapassar outros automóveis.
21,529,464 (2003)
O último Volkswagen Beetle a sair das cadeias de montagem de Puebla, no México, em julho de 2003. Era uma das unidades da série comemorativa Última Edición, limitada a 3000 exemplares. Era o fim de um ciclo de 65 anos de produção, em que a Volkswagen fabricou 21,529,464 unidades.
109,000 (2006)
Foi apresentado em julho de 2006 o primeiro modelo da Tesla, durante um evento no aeroporto de Santa Monica. Eram os primeiros esboços do fabricante, que ainda não reunia condições para produzir integralmente um descapotável. Desta forma, o original Tesla Roadster nasceu a partir de um Lotus Elise. Debitava 290 cv e anunciava uma autonomia de 395 km. O preço? 109,000 dólares, cerca de 88,443.88 euros.
4,890,993 (2014)
Trata-se do número de quilómetros percorridos pelo Volvo P1800 de 1966, propriedade de Irvin Gordon. Conta com 4,890,993 quilómetros este exemplar do fabricante sueco.
28,030,000 (2016)
Em 2016, 28,030,000 carros foram comercializados na China em 2016, constituindo um aumento em 13.7% em relação a 2015. Um número astronómico que supera os 17.5 milhões de carros e camiões ligeiros vendidos nos EUA nesse ano, a segunda nação onde se comercializaram mais carros.
18 (2016)
Apenas 18% dos condutores nos EUA sabem conduzir uma viatura equipada por caixa manual, representando apenas cerca de 5% das vendas de novos carros no país em 2016. Em 1987, estas vendas correspondiam a 25%.
66 (2030)
A União Europeia decretou que todos os fabricantes terão de respeitar o limite médio de emissões de C02 de 66g/km por volta de 2030. Reduzindo os efeitos negativos para o ambiente, o objetivo é que as marcas invistam em soluções elétricas, híbridas e outras alternativas. Em 2016, um carro novo emite em média 118 gramas de C02 por quilómetro.

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Fonte: Autocar