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FCA coloca a Magneti Marelli em bolsa

Texto: Nuno Fatela
Data: 20 de Julho, 2018

Tal como tinha acontecido em 2014, quando foi revelado o plano estratégico que estava delineado até este ano, a Fiat-Chrysler volta a avançar para a colocação no mercado de capitais de um dos seus principais ativos, anunciando a entrada em bolsa da Magneti Marelli

A Fiat-Chrysler Automobiles (FCA) está a preparar-se para colocar na bolsa de valores a Magneti Marelli. A explicação que foi concedida é que esta será uma forma de “purificar” o portefólio do grupo, e depois da separação a especialista em componentes para automóveis e motociclos (além de outras áreas de negócio) vai ser registada na Holanda e colocada na Bolsa de Milão. Com um total de 43000 funcionários dispersos por 19 países, a Magnetti-Marelli poderá ter uma avaliação até cinco mil milhões de dólares, numa operação que deve ficar concluída até ao início de 2019.

 

Na modalidade encontrada para a entrada em bolsa da Magneti Marelli, a FCA deve implementar um esquema para recompensar os seus accionistas mais antigos. Algo que será alcançado através de múltiplos direitos exclusivos nas votações futuras. Esta deve, aliás, ser uma opção importante para convencer quem tem mais peso nas decisões do grupo italo-americano, pois foi já indicado por várias fontes que a família Agnelli (maior accionista da Fiat-Chrysler através da Exor) não quer ver diluída a sua participação na Magneti Marelli.

 

Verbas para a futura estratégia?

Embora não tenha sido confirmado qual o motivo, além da purificação do portefólio, para que a FCA retire da sua esfera um importante ativo, não podemos deixar de recordar outra operação idêntica que foi efetuada num momento similar. Quando, em 2014, o grupo automóvel avançou com a revitalização da Alfa Romeo (o que deu origem ao lançamento do Giulia e do Stelvio), curiosamente foi anunciado no mesmo ano o spin-off da Ferrari.

Mesmo que não tenha sido referida qualquer ligação direta, a FCA também se prepara agora para um importante rumo ao futuro, com um recheado calendário de lançamentos para a Jeep, para a Alfa Romeo e para a Maserati. E curiosamente, volta a colocar um dos seus maiores ativos no mercado de valores. O que poderá significar que esta é a forma encontrada para financiar os importantes projetos de eletrificação do grupo. Mas ainda não foi indicada qual a futura aplicação das verbas que venham a surgir deste spin-off da Magneti Marelli, pelo que será preciso esperar para verificar se esta situação se confirma.

 

Há, no entanto, que referir a mestria negocial e grande visão de Sergio Marchionne, o CEO da Fiat-Chrysler. Tal como aconteceu com a Ferrari, ele poderá agora estar a aproveitar o potencial da Magneti Marelli para aumentar a avaliação da empresa de componentes, algo que acontecerá mais facilmente estando ela separada das restantes empresas do grupo. No caso da Ferrari, em 2014 ela foi avaliada em 7 mil milhões de dólares no momento de anúncio do spin-off, um grande aumento de cotação tendo em conta que todo o Grupo FCA (onde ela se inseria) valia nesse momento 12 mil milhões de dólares em bolsa (segundo os dados da Business Insider).

 

Fonte: Automotive News Europe e Business Insider