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Europa podia ter evitado ‘DieselGate’

Texto: Nuno Fatela
Data: 20 de Dezembro, 2016

O relatório da Comissão do Parlamento Europeu refere que os contínuos adiamentos na introdução de novas regras permitiram aos veículos continuar a poluir acima do limite.

A Reuters teve acesso ao esboço do documento a cargo da comissão criada pelo Parlamento Europeu para investigar o escândalo de emissões da VW, no qual uma das principais conclusões é de que o desejo de diversos países europeus em proteger os fabricantes no seguimento da crise económica de 2008 foi uma das razões para o surgimento desta questão. “Já em 2012 existiam sinais claros de que algo estava mal com as emissões dos diesel”, pode ler-se no relatório. Considerando que o denominado ‘DieselGate’, que teve origem nos Estados Unidos, “não teria acontecido se os nossos governos nacionais e a Comissão Europeia tivessem agido em linha com as suas obrigações administrativas e legais”, uma das medidas apontadas para aumentar a supervisão na área passa pela criação de um cargo para um Comissário responsável pelas políticas de melhoria da qualidade do ar e tratar questões relacionadas com as fontes de poluição atmosférica. Este relatório conclui que vários países, como a Itália, França e Espanha, apoiaram o adiamento dos novos testes, mesmo tendo em conta as evidências de que os automóveis estavam a poluir acima dos limites.

Hoje haverá uma reunião entre os responsáveis por este relatório e os representantes dos 28 Estados-membros, para procurar chegar a um acordo sobre a introdução de novos testes mais severos e próximos das condições reais de utilização dos automóveis, em comparação com as avaliações realizadas em laboratório. Uma das principais questões em cima da mesa passa pela avaliação das partículas mais finas também nos motores de injeção direta a gasolina, algo que os fabricantes pedem que entre em vigor apenas em 2019. Deverá ser hoje tomada uma decisão final sobre a data de introdução dos novos testes de emissões, mas segundo é indicado pela EurActiv, tanto a Alemanha como a França, as duas principais potencias económicas europeias, devem apoiar a introdução de regras mais exigentes nesta matéria já em 2017.

Fonte: EurActiv