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Beringela dá outro sabor aos autónomos

Texto: Miguel Policarpo
Data: 23 de Janeiro, 2018

A cor preta aplicada nos carros dificulta a ação dos sensores LIDAR, os “olhos” da condução autónoma. Desta forma, os fabricantes procuram soluções que passam… pela beringela.

Em constante desenvolvimento, os sistemas de condução autónoma estão cada vez mais completos e são uma realidade para o futuro próximo. Ainda assim, esta tecnologia tem de ultrapassar obstáculos como é o caso da cor preta que reveste os carros. Os sensores LIDAR, que são os “olhos” da condução autónoma, emitem sinais laser para recolher informação sobre a distância a que o automóvel se encontra de outros carros. Sendo que os tons escuros absorvem a luz, a eficácia deste sistema diminui.

A este problema acresce o facto de a cor preta ser bastante popular nos automóveis. Apesar de haver alternativas como a câmera, o radar e o sonar, a tecnologia LIDAR é considerada a melhor opção. Como resolver então este problema? A PPG, uma empresa que fabrica tintas para carroçarias de automóveis, encontrou uma solução… baseando-se na beringela.

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A beringela cresce no calor do verão e a pele deixa passar a luz infravermelha para o interior branco do fruto, que, por sua vez, emite a radiação de novo para fora. A PPG já tinha estudado a beringela, aplicando os conhecimentos obtidos para arrefecer os painéis exteriores dos aviões. Desta vez, a técnica será aplicada aos automóveis, facilitando a tarefa de reconhecimento aos sensores LIDAR.

Para os carros cuja cor não é uniforme (ou que têm, por exemplo, autocolantes) ou em condições meteorológicas adversas, a empresa também apresenta uma solução. “Em vez de apenas um revestimento (…) poderemos utilizar quatro, cinco ou seis tipos diferentes de revestimentos para diferentes áreas”, disse David Bem, Diretor de Tecnologia da PPG ao Bloomberg. Tudo para garantir o pleno funcionamento da condução autónoma, a que os europeus ainda oferecem resistência.