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30 anos de Peugeot no Dakar

Texto: Ricardo Machado
Data: 30 de Dezembro, 2016

No final da década de 80 do século passado, no tempo em que o Dakar era Dakar, os desertos africanos eram dominados por um leão, o Peugeot 205 T16. Desenvolvido sobre a base do lendário 205 Turbo 16, que conquistou dois títulos de pilotos no tempo dos saudosos Grupo B (Timo Salonen e Juha Kankkunen), o carro do Dakar viu a distância entre eixos aumentar em 33 cm para acomodar um depósito de combustível adicional, com 190 litros. Também aumentou o curso das suspensões, montou novas rótulas e reforçou os triângulos.

O calor extremo do deserto exigiu uma revisão profunda ao motor, que melhorou a resposta nos regimes médios para evitar rodar muito tempo no limite. Daí que o bloco em alumínio XU8T de quatro cilindros e 1775 cc, soprado por um generoso turbo Garret, tenha reduzido potência para os 380 CV. A caixa de velocidades recebeu carretos reforçados e desenvolvimentos adequados ao Dakar, com uma performance final ampliada, de modo a permitir um conforto de rolamento a alta velocidade nas pistas e nos desertos africanos.

Trinta anos mais tarde, na atualidade, cabe ao Peugeot 3008 DKR defender a honra do leão. Desenvolvido especialmente para o Dakar, agora por terras sul americanas, o 3008 DKR teve estreia no Rali de Marrocos, onde venceu diversas etapas. Naturalmente que as suspensões, amortecedores e geometria, têm recebido especial atenção por parte da equipa técnica da Peugeot Sport.

O motor também foi objeto de atenção, pela sua adaptação aos novos regulamentos da FIA, reduzindo-se o diâmetro do restritor de entrada de ar de 39 para 38 mm em veículos com motores diesel e duas rodas motrizes. Esta modificação prevê uma redução da potência em cerca de 20 CV, desvantagem que os engenheiros tentaram compensar, para além de melhorarem a facilidade de utilização do motor a baixa velocidade. Para além disso, trabalhou-se com vista à maior fiabilidade mecânica.